A Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul confirmou que já são seis casos de micobacteriose no estado, uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium Abscessos, em pacientes que foram submetidos a intervenções cirúrgicas no Paraguai, país que faz fronteira com aquela unidade federativa do Centro-Oeste. O órgão de saúde pública emitiu um alerta e disse que outros cinco casos seguem sendo investigados, todos eles relacionados a cidadãos paraguaios ou brasileiros que passaram por procedimentos estéticos na nação vizinha.
No documento técnico emitido pela vigilância sul-mato-grossense o tipo de patógeno identificado é da classe das micobactérias de crescimento rápido (MCR), comumente encontradas na água, solo e também entre os seres humanos. Essa bactéria, nos casos em que se aloja em pacientes recém-saídos de cirurgias, costuma agir comprometendo o estado geral do indivíduo e retardando a recuperação pós-cirúrgica.
Outros surtos de micobacteriose, em diversos estados brasileiros, foram registrados entre os anos de 2003 e 2008, o que fez com que o Ministério da Saúde desenvolvesse um protocolo para monitorar a patologia no Brasil. A pasta federal explicou que todos os casos do tipo são de “notificação compulsória e devem ser realizadas por profissionais e instituições de saúde pública ou privada, sejam de casos suspeitos ou confirmados”.
Se não debelada por ação de antibióticos específicos, a micobacteriose pode levar até à morte. Em 2020, Sheiza Ayala, uma jovem brasileira de 22 anos, morreu após uma aplicação de colágeno realizada numa clínica estética do Paraguai. Embora tenha sido acometida por uma infecção, seu laudo nunca comprovou se efetivamente o óbito foi provocado por uma micobactéria.