O Domingo Espetacular, da TV Record, revelou neste domingo (6) laudos que apontam que a morte da cantora Paulinha Abelha, da banda Calcinha Preta se deu por meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite. Após ficar dias em coma em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Paulinha faleceu no dia 23 de fevereiro.
Uma das suspeitas para o quadro de inflamação generalizada que se desenvolveu segue sendo a alta quantidade de medicamentos que a artista ingeria. Médicos suspeitam de hepatite medicamentosa. Ainda não há uma conclusão para o que aconteceu com a cantora.
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No exame toxicológico divulgado pelo Domingo Espetacular, foi apontada a presença de 12 substâncias, entre elas anfetaminas e barbitúricos. A maioria dos remédios era receitada por uma nutróloga que acompanhava a artista. Um receituário divulgado no programa mostrava a indicação de 17 substâncias.
Lígia Lima, especialista em Nutrição Clínica, Fitoterapia e Nutrição aplicada à Medicina Estética, afirma que o uso de uma grande quantidade de medicamentos gera hepatite medicamentosa, bem como insuficiência renal aguda, já que irrita o fígado e o rim. Já os inibidores de apetite podem provocar o aumento da frequência cardíaca, e levar a efeitos mais graves.
"Todos os medicamentos possuem efeitos colaterais. Dependendo do estado de saúde da paciente, como ela se alimenta, a ingestão hídrica diária e a quantidade de medicamentos utilizados, as respostas aos efeitos colaterais são maiores e inúmeras, podendo ser bem prejudiciais a saúde", explica.
Pressão estética e busca pelo "corpo perfeito"
A morte de Paulinha Abelha também trouxe a tona a discussão sobre a pressão estética e a busca pelo corpo dentro do padrão de beleza, que afeta as mulheres de forma ainda mais cruel. Apesar do surgimento de diversos movimentos que fomentam a autoaceitação, com o crescimento das redes sociais, também têm se proliferado pessoas que vendem dietas e receitas milagrosas.
Lima afirma que, devido à procura pelo "corpo perfeito", junto com o imediatismo em busca dos resultados, tem sido cada vez mais frequente a utilização de fórmulas mais fortes e a combinação de vários remédios ao mesmo tempo, na esperança que o resultado seja cada mais rápido.
"Alguns profissionais esquecem que o corpo humano possui suas fragilidades. Estamos lidando com órgãos e seus respectivos funcionamentos, e não com uma máquina", diz a nutricionista.
"Muitas pessoas acabam recorrendo às dietas hipocalóricas de baixíssima qualidade e calculadas inadequadamente, com falta de vitaminas e sais minerais essenciais para o funcionamento do organismo, excesso de atividades físicas sem um descanso adequado, e inúmeras formulações para inibir o apetite e acelerar o metabolismo. Isso traz diversos efeitos colaterais, e vira o combo perfeito para casos severos em que o resultado é o óbito", finaliza.