O cinto de segurança é um acessório obrigatório nos carros produzidos e importados no Brasil desde 1968, mas a obrigatoriedade do seu uso em todas as vias do país só foi instituída por Lei Federal em 1997. Dados de 2020 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que 79,6% da população brasileira utilizam o equipamento sempre que entram em carros, ônibus e caminhões. O assunto voltou à baila após a notícia de que Rodrigo Mussi, o gerente comercial que participou da atual edição do Big Brother Brasil (BBB), sofreu um acidente na Marginal Pinheiros, em São Paulo, na madrugada de quinta-feira (31). Ele não usava o item e foi arremessado para fora do carro de aplicativo que o transportava, o que resultou em gravíssimos ferimentos.
Levantamentos realizados por diferentes órgãos revelam que as chances de sair vivo de um acidente automotivo utilizando o cinto de segurança é de até 45% para os motoristas e passageiros que vão no banco dianteiro, segundo Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), e chega a 70% para os ocupantes do banco traseiro, conforme estatísticas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot).
Mas afinal, como funciona e por que esse item indispensável é tão importante para todos aqueles que entram num veículo automotor?
A resposta para a primeira pergunta é óbvia: o cinto impede que o corpo do passageiro ou do motorista seja deslocado do lugar em ele está acomodado. Só que as situações e formas em que o cinto de segurança atua vão muito além de não permitir que corpos sejam lançados para frente.
Um ocupante que está sentado no branco traseiro exatamente atrás do condutor, no caso de uma forte batida frontal, tem seu corpo lançado para frente e, por razões meramente físicas, seu peso é multiplicado em até 35 vezes, segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (DNIT), destruindo o assento do motorista e o esmagando contra o volante e o painel do carro. Já em relação ao próprio condutor, ou ao carona que está ao lado, o mecanismo evita o choque brutal do rosto e do tórax contra o para-brisas e a estrutura dianteira da cabine.
Em casos de batida lateral, o item impede que os corpos do motorista e dos passageiros sejam deslocados em direção ao lado oposto, muitas vezes provocando lesões graves de coluna, sem falar em outros traumas ocasionados pelo fortíssimo deslocamento.
Existem ainda situações de capotamento ou de colisão muito violenta que faz com que o veículo rodopie. Nessas ocorrências, quem está com o cinto fica bem preso ao banco, minimizando ferimentos e traumas, ao passo que aqueles que não o utilizam são muitas vezes lançados para fora do carro, como aconteceu o gerente comercial Rodrigo Mussi, participante do BBB22. Numa minoria dos casos, mas ainda assim possível, o ocupante é parcialmente jogado para fora do automóvel e acaba esmagado pela lataria.
É importante salientar que o uso de cinto de segurança nos bancos traseiros é tão importante quanto para aqueles que vão sentados na frente. A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), que lida diretamente com vítimas de acidentes de trânsito, estima que quase 90% dos passageiros não fazem uso regular do equipamento quando vão atrás, o que faz com que mesmo em colisões frontais, em grande parte das vezes, o motorista sobreviva e os passageiros não.