REDE GLOBO

Homem que teve prisão exibida pelo Fantástico da Globo quer R$ 160 mil de indenização

No momento em que ingressou com a ação, em agosto de 2020, ele se encontrava preso pelos crimes de estelionato e corrupção

Logo da Globo.Créditos: Reprodução
Escrito en BRASIL el

Um homem que teve a sua prisão exibida no programa Fantástico e retransmitida pela TV Tem está pedindo uma indenização R$ 160 mil da Rede Globo.

No momento em que ingressou com a ação, em agosto de 2020, ele se encontrava preso pelos crimes de estelionato e corrupção.

O ex-escrevente técnico judiciário, então servidor do Tribunal de Justiça de São Paulo, diz ter sido colocado indevidamente como cúmplice da "Operação Alquimia", da Polícia Federal, ao ser acusado de abastecer a quadrilha com informações privilegiadas a respeito do processo.

Ele afirma não ter sido investigado nessa operação e menciona que as imagens de sua prisão foram gravadas por policiais, que o abordaram enquanto se encontrava deitado e, após cumprimentá-lo, disseram: "Você tem um mandado de prisão contra você".

Ele considerou a exibição como "irrazoável", pois diz jamais ter sido investigado, denunciado ou condenado pelos delitos de extorsão, organização criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro como os réus da investigação.

Ele diz que entrou com a ação porque “a exibição de sua imagem em rede nacional se mostra um descalabro, fato que causou imenso abalo à sua honra e imagem".

Contestação da Globo

A Globo enviou contestação em que afirma que as alegações do exequente são deturpadas e cita que ele foi preso pelo crime de corrupção passiva e estelionato.

"A despeito de reconhecer estar preso e já ter sido condenado em 1º grau por diversos crimes, insiste que a reportagem o teria associado à operação de forma inverídica e sensacionalista. Nenhuma indenização cabe no caso concreto", diz a Globo.

A Globo diz ainda que não ligou ex-escrevente à Operação Alquimia, e sim ao fato de ele ter sido acusado pelo MP - e, inclusive, encontrar-se preso - sob a suspeita de avisar o banco sobre os passos do processo.

O juiz José Elias Themer julgou improcedentes os pedidos do preso, em fevereiro do ano passado, pela matéria possuir evidente interesse coletivo, não se tratando de mero sensacionalismo sem embasamento fático.

O juiz também afirmou que a Globo se referiu ao autor apenas como "escrevente", sem citar seu nome, e que ele ainda se encontrava preso no momento da sentença.

O escrevente ainda tenta recursos no processo. O último foi apresentado em setembro do ano passado. A Globo apresentou defesa na semana passada.

Com informações do Splash do UOL