FOI MAL?

VÍDEO: Após 24 dias, Bonner se desculpa por fake news do tanque russo atropelando carro em Kiev

Apresentador do Jornal Nacional leu texto longo e cheio de argumentos para assumir que jornalismo da Globo deu informação falsa. Sequer havia blindados na capital ucraniana naquele momento

Jornalista Willian Bonner se desculpa por fake news propagada no JN (Twitter/Reprodução).
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Com 24 dias de atraso, o jornalista William Bonner, apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, da TV Globo, assumiu na edição desta segunda-feira (21) que o telejornal mentiu ao informar, em 25 de janeiro, que o tanque que atropelou um carro dirigido por um idoso era russo.

“No início da invasão da Ucrânia pela Rússia, no dia 25 de fevereiro, o Jornal Nacional divulgou imagens muito emblemáticas do horror que uma guerra produz. Um tanque, que mudou repentinamente de rota e esmagou um carro, que transitava em sentido contrário. Na escalada de manchetes daquela edição, na descrição dessa cena, nós dissemos que um tanque russo tinha cometido uma covardia brutal, e essa afirmação não tinha base suficientemente sólida para ser feita. Foi um erro. Passados 24 dias, desde que aquelas imagens chocantes viralizaram, todo o esforço exaustivo da imprensa para esclarecer os fatos resultou numa certeza: apesar de as cenas serem autênticas, não é possível afirmar se o tanque estava sendo conduzido por russos ou por ucranianos, e nem o que teria provocado aquela ação. Não há unanimidade, mas a grande maioria da imprensa profissional internacional considerou inconclusivas as informações que conseguiram reunir desde aquele dia. Por isso, e em respeito ao trabalho correto e dificílimo de nossos colegas da Globo nessa cobertura jornalística de guerra, é preciso fazer esse esclarecimento, ainda que tardio, com nosso pedido sincero de desculpas. O Jornal Nacional vai estar ainda mais atento em suas apurações. Nosso único compromisso é a busca da verdade”, disse o veterano apresentador, numa fala que durou quase dois minutos.

O fato é que era óbvio que a notícia era falsa desde o início, já que no segundo dia de guerra, em 25 de fevereiro, tropas terrestres russas, especialmente com tanques, estavam ainda muito longe de Kiev. Hoje, quase um mês depois, os blindados sob o comando de Moscou ainda nem circulam nas ruas do centro urbano da capital ucraniana, local onde foi registrado o atropelamento do idoso, mantendo-se nos subúrbios e áreas adjacentes de cidade, sob fogo intenso dos grupos militares e paramilitares de resistência leais ao presidente Volodymyr Zelensky.