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Cidade da Paraíba terá duas ruas e uma praça com nome de Olavo de Carvalho

A Câmara de Campina Grande, considerada a “ilha do bolsonarismo” no Nordeste, aprovou projeto em homenagem ao ex-guru da família Bolsonaro

Olavo de Carvalho: paranoia anticomunista.Créditos: Reprodução
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A Câmara Municipal de Campina Grande, na Paraíba, cometeu a “façanha” de aprovar uma homenagem a Olavo de Carvalho, ex-guru da família de Jair Bolsonaro (PL), que morreu no dia 24 de janeiro, aos 74 anos de idade.

A maioria dos vereadores locais decidiu que duas ruas e uma praça de Campina Grande serão batizadas com o nome do “astrólogo” que queria ser filósofo.

A cidade, também chamada de Rainha da Borborema, é considerada a “ilha do bolsonarismo” no Nordeste, diferentemente do que ocorre na maioria da região. Em 2018, Bolsonaro foi o mais votado nos dois turnos da eleição presidencial.

A proposta foi do vereador Waldeny Santana (DEM). A vereadora Jô Oliveira (PCdoB) fez questão de usar as redes sociais para demonstrar sua indignação: “Acabam de ser aprovados, em segunda votação, projetos de lei que homenageiam Olavo de Carvalho, atribuindo seu nome a uma das ruas e uma das praças do município de Campina Grande. Deixo aqui registrado que votamos contra as duas propostas”, postou.

Segundo a Secretaria de Planejamento, Gestão e Transparência de Campina Grande, ainda não estão definidas quais serão as ruas e a praça que receberão o nome de Olavo, de acordo com informações do site ClickPB, da Paraíba.

“A propositura que foi da Câmara de Vereadores ainda não foi encaminhada à Seplan. Só após essa oficialização é que começa o processo de cadastro e registro dos nomes", afirmou um dos assessores.

Imprensa internacional não levava a sério Olavo de Carvalho

A repercussão na imprensa internacional da morte do guru astrólogo da família presidencial foi no mesmo tom da cobertura feita do governo extremista de Bolsonaro: com muita ridicularização.

A agência britânica Reuters destacou a "paranoia anticomunista" de Olavo e falou um pouco sobre suas "teorias conspiratórias" que mesclam a "China, Facebook a até o magnata George Soros". Na mesma linha, o também britânico The Guardian chamou o autointitulado filósofo de “negacionista do coronavírus” e atribuiu a ele uma espécie de mentoria em relação aos membros da família Bolsonaro.

Já a Bloomberg, dos EUA e de propriedade do magnata e ex-prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, chamou o ídolo dos bolsonaristas de “cruzado da extrema direita”, ao passo que o francês Libération o classificou como um “mestre espiritual” do chefe de Estado brasileiro.

Ainda na França, o Le Monde lembrou da saída às pressas do Brasil de Olavo, em novembro do ano passado, narrando a epopeia do “pensador de extrema direita”, que segundo o diário parisiense fugiu de carro para o Paraguai, comprou passagens em dinheiro vivo e voou para Miami com medo de ser preso pelas autoridades judiciais brasileiras após a série de impropérios de que proferiu do exterior durante de vários anos.