Hozana Carneiro Ximenes, de 35 anos, se apresentava em Manaus como biomédica e se dizia autorizada a realizar procedimentos estéticos cirúrgicos, de natureza pouco invasiva. No entanto, ela é formada apenas em Matemática e exercia atividades de saúde sem qualquer tipo de autorização de órgãos fiscalizadores.
Depois de deixar dezenas de pacientes deformadas, enquanto outras chegaram a ser encaminhadas para UTI's de hospitais da capital amazonense por problemas cardíacos, a Justiça expediu um mandado de prisão em 3 de fevereiro, mas Hozana seguia foragida desde então. Na tarde de quinta-feira (10), finalmente, a Polícia Civil do Amazonas conseguiu localizá-la e prendê-la.
O delegado responsável pelo caso, Gesson Aguiar, disse em entrevista coletiva que Hozana estava sempre empregada em clínicas estéticas de Manaus e região, mas, assim que algum problema ocorria com uma de suas pacientes, ela era demitida e em poucos dias contratada em outra empresa.
"Como a infratora alegou que era formada em Biomedicina e que tinha estudado em uma faculdade particular da capital, nós entramos em contato com a instituição de ensino superior e fomos informados que Hozana nunca tinha passado por lá", contou o delegado.
De acordo com a versão apresentada no inquérito, Hozana via vídeos na internet sobre como proceder nessas intervenções e depois as aplicava em suas pacientes nas clínicas onde trabalhava. Uma das estratégias usadas pela falsa biomédica era cobrar valores muito abaixo do mercado, servindo muitas vezes como única opção para quem queria realizar um procedimento estético e não tinha recursos financeiros suficientes. Os valores chegavam a ser 20% do que era cobrado normalmente por profissionais regularizados.