Com acusações de homofobia, racismo e machismo, Adrilles Jorge colocou mais uma na conta ao fazer saudação nazista durante programa da Jovem Pan nesta terça-feira (8).
Ele comentava a declaração de Bruno Aiub, o Monark, que defendeu a formação de um “partido nazista reconhecido pela lei”, quando se despediu com a palma da mão estendida, gesto que ficou conhecido como a saudação ao líder nazista Adolf Hitler.
Adrilles foi contratado pela Jovem Pan após sucessivas defesas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e críticas a Lula (PT). Inicialmente, ele fazia parte apenas do elenco do programa Morning Show, onde foi colocado para defender as ideias da extrema direita conservadora. Posteriormente, foi ganhando espaço na emissora, e hoje participa de outros programas como comentarista.
Antes de se destacar na empresa, Adrilles, que tem 47 anos, formou-se em jornalismo na PUC-MG e se especializou em arte moderna. Atuou como repórter, editor, produtor de televisão, revisor, redator e colunista. Em 2015, foi um dos participantes do reality show Big Brother Brasil, da Globo.
Em julho de 2021, ao comentar as acusações de corrupção contra Bolsonaro, o ex-BBB chamou as "rachadinhas" de "acordo entre patrão e funcionário". “Se alguém decidir de comum acordo te dar um dinheiro, não é roubo”, pontuou. Ele também já fez declarações negacionistas, minimizando a gravidade da pandemia da Covid-19.
Perseguição, assédio e homofobia
Enquanto fazia parte do BBB, vieram à tona acusações de que Adrilles seria stalker de mulheres na internet. A professora e blogueira feminista Lola Aronovich afirmou, inclusive, que recebeu denúncia de uma moça contando sua história de perseguição.
Dentro do reality, ele ficou obcecado por Tamires, e chegou a admitir que não parou de assediá-la mesmo após ela ter pedido. "Sou um ser verbal, preciso falar, preciso me expressar, quando alguém me impede de fazer isso, soa como censura", alegou na época.
Recentemente, Adrilles foi criticado após fazer comentários homofóbicos sobre o neto de Silvio Santos, Tiago Abravanel, que é homossexual assumido e está no BBB22. "Vão me chamar de homofóbico, mas dane-se. O Tiago tá muito gay. Ele não era tão gay assim", disparou Adrilles.
O participante do Morning Show também teve falas absurdas ao negar que mulheres negras tenham sido estupradas durante a escravização e minimizar o racismo no Brasil, dizendo que é pequeno diante de países como África do Sul e Estados Unidos.
"As negras não foram estupradas. Elas namoravam com brancos, ou seja, a gente criou uma cultura democrática racial graças ao pouco racismo que a gente tem diante de países como África do Sul e Estados Unidos, em que você vê na pele o racismo", afirmou.
Amizade com Pedro Bial
Uma das pessoas que ajudou no crescimento da carreira de Adrilles foi o ex-apresentador do BBB Pedro Bial. "Ele é um homem inteligentíssimo, cultíssimo e foi a única amizade que eu realmente fiz no programa. Nós falamos sempre", afirmou Bial a Ricardo Pierocini, do blog Pretexto.
Atualmente, porém, a amizade dos dois está abalada. No ano passado, durante participação no podcast Cortes do +1, o comentarista disse que eles romperam após Bial chamar Bolsonaro de "genocida". "Ele entrou nessa onda de Bolsonaro genocida. Um dia ele chegou pra mim 'você virou um defensor feroz desse genocida', aí eu falei, 'ah Pedro, é uma coisa meio infantil isso'", contou Adrilles.