O empresário Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, de 57 anos, que foi assessor do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, foi preso nesta terça-feira (8) em Boa Vista, capital de Roraima, pela Polícia Civil de Santa Catarina, sob a acusação de estuprar uma jovem de 18 anos no estado do Sul.
De acordo com as informações do inquérito, a vítima trabalhava na casa da mãe de Airton, cuidando da idosa, em Joinville. Os agentes catarinenses, que iniciaram as investigações após uma denúncia anônima pelo Disque 181, foram até o extremo norte do país para cumprir um mandando de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal de Santa Catarina.
Desde setembro de 2021 o empresário é réu em um outro processo na Justiça de Roraima, por estupro de vulnerável, após ser acusado de cometer abusos sexuais contra uma criança da própria família. A denúncia surgiu no dia 14 daquele mês, após a mãe procurar o Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente (NPCA) da Polícia Civil, em Boa Vista, à época, para dizer que a criança sentia dores nas partes íntimas após passarem um fim de semana na casa do ex-assessor.
A defesa do acusado alegou que a denúncia feita pela familiar era uma “vingança pessoal” e que acusaria a mulher por denunciação caluniosa, negando qualquer envolvimento de Airton com o suposto abuso.
Número 2 do Ministério da Saúde
Airton Cascavel ganhou notoriedade após prestar depoimento na CPI do Genocídio, no Senado Federal, momento em que foi apontado por outros depoentes como o "número 2 informal" do Ministério da Saúde, apenas subordinado ao general Eduardo Pazuello, chefe da pasta.
Após sair do cargo federal, foi nomeado pelo governador Antonio Denarium (PP) para comandar a Secretaria de Saúde do Estado de Roraima, onde permaneceu apenas por dois meses. A partir da demissão permaneceu vivendo em Boa Vista e agora aguardará uma audiência de custódia, a ser realizada na quarta-feira (9), que definirá se ele segue preso e será transferido para Santa Catarina, ou se vai esperar o julgamento em liberdade.