O cantor e compositor Caetano Veloso publicou mensagem em suas redes sociais sobre o assassinato do congolês Moïse Mujenyi Kabagambe num quiosque na Barra da Tijuca. Para o cantor, o fato do quiosque se chamar Tropicália “aprofunda, para mim, a dor de constatar que um refugiado da violência encontra violência no Brasil”.
“Chorei hoje lendo sobre o assassinato de Moïse Mujenyi Kabagambe num quiosque na Barra da Tijuca. Que o nome do Quiosque seja Tropicália aprofunda, para mim, a dor de constatar que um refugiado da violência encontra violência no Brasil”, escreveu Caetano.
Ele afirma ainda que, para ele “e certamente para Gilberto Gil, Capinam, Rita Lee, Tom Zé, Sérgio Dias, Gal Costa, Arnaldo Baptista, Júlio Medaglia, Manuel Barembein... e fere a memória de Rogério Duprat, Torquato Neto, Nara Leão, Guilherme Araújo... Sobretudo a de Hélio Oiticica, que criou o termo. Tenho certeza de que a família Oiticica está comigo nessa amarga revolta. O Brasil não pode ser o que há de mesquinho e desumano em sua formação”.
O crime
Moïse foi, na segunda-feira (24), cobrar duas diárias no quiosque Tropicália, que fica próximo ao Posto 8, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ele prestava serviços de ajudante de cozinha no local. A informação é da sua família.
Logo após ele chegar ao local, surgiram três homens, um deles com um taco de beisebol nas mãos, que o cercaram, o jogaram no chão e desferiram, pelo menos, 26 pauladas em Moïse, que continuou apanhando mesmo desacordado.
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