DENÚNCIA

VÍDEO: Funcionário força alunos do colégio militar a idolatrar governador de Goiás

"Supremo, magnífico, indescritível", gritam alunos, em referência a Ronaldo Caiado (DEM). Pais e mães denunciaram situação ao Ministério Público

Créditos: Comando de Ensino Polícia Militar/Divulgação
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Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra alunos do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás – Colina Azul, em Aparecida de Goiânia, sendo forçados por um funcionário a idolatrar o diretor da instituição, além do governador do Estado, Ronaldo Caiado (DEM).

Logo no início da gravação, o homem afirma: “Em homenagem ao nosso…” “Supremo”, completa um aluno. “Magnífico”, grita outro, seguido de vários elogios, ditos por um aluno atrás do outro, como "indescritível" e "invejável". 

Assista ao vídeo:

Pais e mães de alunos denunciaram a situação ao Ministério Público de Goiás (MPGO), que solicitou dados sobre o episódio. De acordo com o órgão, em ofício já encaminhado, a promotora de Justiça Maria Helena Gomes Medeiros pede a relação dos alunos que participaram da atividade na piscina, bem como os dados pessoais – endereço e nome dos responsáveis.

Racismo, assédio e exaustão: colégios militares são marcados por denúncias

Na quinta-feira (24), outro vídeo viralizou nas redes sociais e motivou uma denúncia da Área da Infância, Juventude e Educação do Centro de Apoio Operacional (CAO) à 11ª PJ de Aparecida de Goiânia. Na gravação, estudantes aparecem em cima do telhado da escola após terem carregado 6 mil telhas.

Outras denúncias feitas por pais de alunos e pelos próprios estudantes, além de imagens obtidas pela TV Globo, dão conta de que a direção do Colégio Militar de Belo Horizonte submeteu crianças e adolescentes de 11 a 18 anos a um treinamento exaustivo e autoritário que fez muitos passarem mal. Ao menos 20 alunos que precisaram de atendimento médico, sendo que alguns chegaram a desmaiar.

Já em Brasília, um estudante negro de 12 anos foi vítima de racismo e homofobia na escola militarizada Centro de Ensino Fundamental 1, no Núcleo Bandeirante. De acordo com relato de familiares um sargento teria "orientado" o adolescente a cortar o cabelo e ainda teria feito um comentário homofóbico, ao dizer que ele "estava se camuflando entre as meninas".