PIADA HOMOFÓBICA

Deputado bolsonarista ataca Barroso com trocadilho: "Urnas penetráveis"

Gil Diniz (PL) praticamente repetiu "piada" feita por Bolsonaro no ano passado em sua ânsia de atacar o sistema eleitoral brasileiro e o ex-presidente do TSE

Gil Diniz e Jair Bolsonaro.Créditos: Divulgação
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Em conversa com aliados no Twitter Spaces, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o deputado federal bolsonarista Gil Diniz (PL-SP) atacou o ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com um trocadilho de tom homofóbico. 

“Hoje a gente descobriu que as urnas do Barroso são penetráveis. Ele disse que as urnas dele são impenetráveis. Hoje parece que os russos conseguiram aí penetrar as urnas do Barroso", disparou o deputado. Para não falar outra coisa para não tomar um processo. Mais um processo", emendou, expondo que sabe do teor irônico de sua fala. 

O diálogo foi gravado na noite desta quarta-feira (16) pelo jornalista Eduardo Matysiak. Ouça. 

A declaração de Gil Diniz é praticamente uma repetição da "piada" feita por Bolsonaro, também para atacar Barroso, em agosto de 2021. 

"O Barroso disse que as urnas são impenetráveis", disse Bolsonaro, em claro tom de ironia, após atacar o sistema eleitoral por mais de 25 minutos.

A declaração arrancou gargalhadas dos apoiadores. "Igual ele", disse um dos presentes, sob risos do presidente.

"Será? É só o senhor que é imbrochável, imorrível e intocável. Isso não é para qualquer um, não", rebateu outro apoiador, citando uma dos chavões de Bolsonaro.

Após vazamento, TSE divulga respostas às Forças Armadas sobre eleições

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou na tarde desta quinta-feira (17) a íntegra das respostas às indagações feitas pelo general de Divisão Heber Garcia Portella, integrante da Comissão de Transparência das Eleições. As perguntas foram vazadas em grupos bolsonaristas após Jair Bolsonaro (PL) iniciar novos ataques ao sistema de votação dizendo que a corte não havia respondido as perguntas das "Forças Armadas".

"Diante do vazamento da existência de perguntas que foram formuladas, bem como do próprio teor das perguntas, o TSE resolveu divulgar o inteiro teor dos documentos que contêm as perguntas formuladas pelo general Heber Portella e as respostas elaboradas pela área técnica da Corte Eleitoral", diz a nota divulgada no site do TSE.

"A decisão de divulgação do material foi tomada em conjunto pelo presidente, ministro Luís Roberto Barroso, e pelos futuros presidentes, Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, levando em conta que as informações prestadas às Forças Armadas a respeito do processo eletrônico de votação são de interesse público e não impactam a segurança cibernética da Justiça Eleitoral", diz ainda o texto, que divulga a íntegra das respostas às Forças Armadas - Veja aqui.

Entre os questionamentos feito pelo militar há pedidos de documentos que são públicos, como o "organograma incluindo os responsáveis pelas estruturas de tecnologia do TSE".

Em entrevista no domingo (13), Barroso reagiu aos novos ataques de Bolsonaro contra o sistema de votação, classificando como "filme repetido". O ministro disse ainda que o presidente antecipa sua estratégia de campanha eleitoral ao declarar que as Forças Armadas questionaram o TSE sobre vulnerabilidades nas urnas eletrônicas.

"O que há de minimamente verdadeiro: há um representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições. Em dezembro, ele apresentou uma série de perguntas para entender como funciona o sistema. Elas entraram às vésperas do recesso. Em janeiro, boa parte da área técnica do TSE faz uma pausa, e agora as informações solicitadas estão sendo prestadas e vão ser entregues na semana que vem. Só tem perguntas. Não há nenhum comentário. Não falam de vulnerabilidade. Quando o presidente diz que encontraram vulnerabilidades antes mesmo de receber as respostas às indagações, ele está adiantando, desavisadamente, a estratégia que ele pretende adotar. Para falar a verdade, ele queimou a largada. Ele lança mão dos questionamentos feitos pelo representante das Forças Armadas, quando, na verdade, tudo o que foi feito foram algumas perguntas e, antes de ter recebido as respostas, já disse que tem vulnerabilidades. Ele antecipou a estratégia dele, que é: não importa quais sejam as respostas, eu vou dizer que o sistema eleitoral eletrônico tem vulnerabilidades. Ele não precisa de fatos, a mentira já está pronta".