O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializou, nesta terça-feira (15), parceria com oito redes sociais. O objetivo é combater as fake news a respeito do processo eleitoral deste ano. A iniciativa, que já vinha sendo divulgada e ocorreu em anos anteriores, foi firmada em cerimônia virtual. A desinformação é frequentemente disseminada nas redes por grupos ligados a Jair Bolsonaro (PL).
A novidade foi a inclusão da Kwai, plataforma de compartilhamento de vídeos curtos. “Vamos ter um canal direto com o TSE para denunciar conteúdos que violem a legislação eleitoral e causem risco para a integridade das eleições”, declarou Wanderley Mariz, diretor de relações governamentais e políticas públicas da rede social, em entrevista a Felipe Pontes, na Agência Brasil.
Foram assinados memorandos de entendimento que propõem ações, medidas e projetos a serem desenvolvidos em conjunto pelo TSE e as plataformas, conforme as especificidades da cada uma.
Uma das principais linhas de atuação é a remoção de conteúdos considerados danosos ao processo eleitoral. Plataformas como TikTok, Facebook e Instagram anunciaram que continuarão excluindo publicações julgadas prejudiciais.
Facebook e Instagram destacaram que abrirão canal exclusivo com o TSE. “Uma vez recebida a denúncia, ela será analisada pela Meta, proprietária dos aplicativos, e se o conteúdo reportado violar as políticas das plataformas, será removido”, disse publicação da Meta.
O Twitter, por sua vez, foi mais cuidadoso. “Não dependemos apenas de decisões binárias de remoção e ou exclusão de conteúdo, pois sabemos que oferecer a pessoas o contexto adequado é também uma ferramenta eficaz e importante para combater a desinformação”, apontou Daniele Kleiner Fontes, chefe de políticas públicas da plataforma.
Já o WhatsApp afirmou que continuará a suspender contas que apresentem “atividade inautêntica”. Segundo o representante da plataforma, Dario Durigan, em todo o mundo são suspensas mais de 8 milhões de contas por mês do aplicativo. “A eleição brasileira é a mais importante para o WhatsApp no mundo em 2022”, disse o executivo.
Barroso critica Telegram por não se submeter às leis brasileiras
Desde o início do ano, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, tem criticado o Telegram, concorrente do WhatsApp, por não possuir representação no Brasil e, tampouco, se submeter às leis brasileiras, segundo o ministro.
O diretor de relações governamentais do Google no Brasil, Marcelo Lacerda, anunciou que a empresa divulgará um relatório de transparência de anúncios políticos, “que dará visibilidade sobre quem contratou esses anúncios, quanto pagou, para quem esses anúncios foram servidos e quais os parâmetros utilizados para a segmentação desses anúncios”.