Com a confirmação de três atrizes contaminadas pelo vírus HIV, responsável pelo desenvolvimento da Aids, a milionária indústria pornográfica brasileira paralisou suas atividades nas últimas semanas e agora profissionais que atuam no segmento correm para realizar exames, uma vez que muitos deles atuaram com as mulheres que testaram positivo, além de terem contracenado com outras tantas. As informações são do diário conservador paulista Folha de S.Paulo.
A dinâmica das contaminações não é conhecida e dificilmente será possível saber em que ordem elas ocorreram e se realmente ocorreram no âmbito profissional. O fato é que pequenas e médias produtoras de conteúdo adulto que fornecem material para as gigantes da pornografia no Brasil e no exterior foram obrigadas a parar com as produções, já que não se encontram atores e atrizes disponíveis. A reportagem de Ricardo Feltrin informa que um clima de pânico tomou conta desses profissionais que podem ter sido expostos ao HIV.
Segundo a versão apresentada, duas das três atrizes que apresentaram resultado positivo teriam participado de um filme de sexo grupal com quatro homens, produzido por uma empresa que fornece material para a gigante norte-americana XVideos. As cenas foram produzidas em outubro do ano passado e os atores, até agora, seguem apresentando resultados negativos para seus testes.
A outra atriz, uma mulher trans, e que foi a primeira a ter um teste positivo para o HIV, teria feito uma cena com uma das duas mulheres que participou do ato grupal, só que uma semana antes. A situação parece ter saído do controle quando ficou claro que, dentro do período de janela imunológica, ou seja, período de tempo em que o indivíduo já está contaminado, mas os exames dão negativo, todas as atrizes que testaram positivo e seus parceiros mantiveram relações sexuais com dezenas de outros profissionais da indústria. Ressalta-se que os atos, por exigência das grandes compradoras nacionais e estrangeiras, são realizados sem preservativo.
Ondas de contaminações também já paralisaram algumas vezes a poderosa indústria do pornô dos EUA, conhecida como San Fernando Valley, ou apenas The Valley, com destaque para o grande número de casos de HIV ocorrido em 2011. Lá, o fortíssimo lobby desse mercado, que fatura aproximadamente US$ 15 bilhões por ano, também impede que uma legislação exigindo uso de camisinha nas cenas seja aprovada no congresso.