Bonner ironiza viagem de R$ 39 mil de Mario Frias para encontrar lutador: "Por que não online?"

Viagem foi feita para discutir assuntos culturais com Renzo Gracie, que é apoiador de Jair Bolsonaro. Valores estão disponíveis de forma pública no Portal da Transparência

William Bonner e Mario Frias. (Foto: Reprodução/TV Globo/Reprodução/Youtube)
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William Bonner deu mais uma alfinetada no governo Jair Bolsonaro (PL) durante o "Jornal Nacional" desta quinta-feira (11). O apresentador questionou por que o secretário especial da Cultura e ex-colega de emissora, Mario Frias, gastou R$ 39,1 mil para se encontrar com o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie em Nova York em 2021.

Renata Vasconcellos puxou a conversa dizendo não saber o motivo da "urgência" da viagem. "Nem por que a reunião não foi online, como o planeta inteiro começou a fazer na pandemia", ironizou Bonner.

À reportagem do "Jornal Nacional", a Secretaria Especial da Cultura disse que Mario Frias teve outros compromissos na viagem, apesar de não ter citado quais.

Somente para os voos de ida e volta aos Estados Unidos, Frias gastou R$ 26 mil de dinheiro público (R$ 13 mil cada trecho). Em diárias, o valor de R$ 12,8 mil. Também foi contratado um seguro de R$ 305, totalizando R$ 39,1 mil.

A informação, revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, está disponível de forma pública no Portal da Transparência.

A viagem foi feita para discutir assuntos culturais com o lutador, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Frias “foi convidado pelo senhor Renzo Gracie para apresentar um projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte”, afirma justificativa no Portal da Transparência.

Além de Frias, seu adjunto, Hélio Ferraz, também voou ao custo de R$ 26 mil e recebeu diárias de R$ 12,8 mil, mais seguro de R$ 261. No total, as viagens dos dois custaram R$ 78,2 mil aos cofres públicos.

Frias chama jornalistas de "mentirosos"

Nas redes sociais, Frias afirmou que as manchetes seriam “mentirosas”. “Não paguei essa quantia por essa viagem, não viajei de executiva e a finalidade da viagem não foi da forma como colocaram nas inverídicas manchetes”, escreveu o secretário.

“Tenho todos os documentos que comprovam a mentira propalada por esses jornalistas e estamos avaliando notificá-los para prestar explicações, de forma judicial, sobre essas fantasiosas informações”, continuou.