O presidente da Comissão de Direitos Humanos (DH) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), deputado estadual Emidio de Souza (PT), enviou ofício à Polícia Civil. O objetivo é cobrar investigação sobre o assassinato do jovem venezuelano Marcelo Caraballo, ocorrido no dia 3 de fevereiro.
Morto durante briga por causa de uma dívida de aluguel no valor de R$ 100, Marcelo morava em Mauá (SP) com a esposa, os quatro filhos, a sogra, a avó da esposa e um irmão, que tem deficiência auditiva. Todos são venezuelanos.
O assassinato do jovem aconteceu poucos dias depois da morte violenta de outro imigrante negro: o congolês Moïse Kabagambe, vítima de espancamento no Rio de Janeiro.
O presidente da Comissão de DH da Alesp vê semelhanças nos crimes. “Dias após o brutal assassinato do refugiado congolês Moïse Kabagambe, no Rio, outro jovem negro e imigrante foi morto por motivo fútil”, relatou o parlamentar.
Em publicação nas suas redes sociais, Emidio anunciou que pretende convidar a família de Marcelo para prestar depoimento na Comissão de Direito Humanos da Alesp. “Assim, teremos mais elementos na busca por justiça”, explicou.
No ofício encaminhado à polícia, o deputado pediu para o órgão tomar providências necessárias para a apuração a fim de esclarecer os fatos e punir o responsável. “Solicito informações sobre as investigações e para que empenhe esforços a fim de que o crime não fique impune”.
“Uma vida que vale R$ 100”, disse Emidio
De acordo com Emidio, a violência contra o jovem venezuelano causa “perplexidade”. “Uma vida que vale R$ 100”, afirmou.
Segundo o parlamentar, o caso envergonha o Brasil. “Mais um triste episódio que evidencia a chaga da violência do nosso país contra jovens negros e migrantes empobrecidos. Esse é um Brasil do qual temos vergonha”, ressaltou.