Em mais uma atitude movida por seu ódio cego, e em profundo desrespeito ao povo do estado mais populoso do Brasil, com 44 milhões de habitantes, o presidente Jair Bolsonaro negou a liberação dos R$ 471,8 milhões para socorrer São Paulo após as fortes chuvas que devastaram dezenas de municípios de diferentes regiões paulistas.
Arqui-inimigo do governador João Doria, a quem invariavelmente dirige insultos impublicáveis e rompe com a impessoalidade que deveria nortear as relações institucionais da Presidência, Bolsonaro esteve em Francisco Morato, uma das cidades mais atingidas pelas enxurradas, nesta terça-feira (1°), e, num clima de campanha descabido, desfilando pendurado na porta de um automóvel blindado, colocou seu ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para anunciar a negativa para o pedido do Palácio dos Bandeirantes. O chefe da pasta, ignorando o ambiente de tragédia que tomou a região, ainda encontrou tempo para fazer provocações a Doria.
"Quanto ao pedido do governador ele sabe de que forma deve fazer essa solicitação. Não é a Defesa Civil e não é dessa forma. Ele tem que endereçar ao orçamento geral da União e essa discussão se dá no ano que antecede a aplicação geral do orçamento. Eu tenho certeza que o governador tem essa informação", disse Marinho.
O ministro, na sequência e num claro ato de pirraça, anunciou que verbas seriam disponibilizadas diretamente a prefeitos das regiões atingidas, que deveriam tratar dos problemas enfrentados com autoridades do governo federal, sem a participação do governo estadual liderado por Doria.
Antes da coletiva, Bolsonaro desfilou pelas ruas da Região Metropolitana de São Paulo e a reação dos populares não foi exatamente a que ele imaginava. O ocupante do Palácio do Planalto precisou escutar muita gente clamando por Lula e o chamando inclusive de vagabundo.
O pedido
As fortes chuvas dos últimos dias deixaram até agora 24 mortos e mais de 600 desabrigados em vários pontos diferentes do estado de São Paulo. O governador João Doria encaminhou um pedido de ajuda ao Executivo federal para que R$ 471,8 milhões fossem liberados em caráter de urgência para recuperação de áreas devastadas, investimentos em mecanismos antienchentes e implantação de reservatórios.
Mais uma vez, com a sua política mesquinha e tom odioso a adversários, Jair Bolsonaro deixa um estado governado por alguém que ele considera “inimigo mortal” à mingua, sem liberar recursos que são públicos e oriundos dos impostos pagos por todos os brasileiros, inclusive pelos paulistas.