A Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio de um de seus colegiados agregados, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), deu 10 dias de prazo para que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, se explique quanto a sua estapafúrdia ideia de disponibilizar o Disque 100, o canal de disque-denúncia do governo federal, para os negacionistas que se sentirem discriminados por serem antivacina. A inciativa de questionar a quimera pautada pela bolsonarista foi do procurador Carlos Alberto Vilhena, da PFDC, que considerou a iniciativa “digna de preocupação”, conforme o documento expedido.
A ideia estrambólica veio à tona após a divulgação de uma nota técnica concluída e publicada em 19 de janeiro, assinada por três secretários e um diretor do MMFDH, além da chancela de Damares, que passou a distribuir internamente o documento, para outras pastas federais, dois dias depois.
O Disque 100 é um mecanismo concebido para receber informações relacionadas a violações aos direitos humanos. Destiná-lo aos antivacinas que se sentirem discriminados, para além de uma ideia absurda e que fomenta a rejeição à campanha de vacinação contra Covid-19, desencadearia ainda um congestionamento ou sobrecarga no sistema, já que apoiadores do presidente que militam na causa negacionista poderiam passar a realizar telefonemas em massa para o órgão, que foi criado com outra finalidade e não estaria preparado para a enxurrada de reclamações de bolsonaristas que não acreditam nos imunizantes.