O grupo Anonymous informou em sua conta do Twitter o suposto nome do dono do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde ocorreu o assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe. De acordo com o perfil, essa pessoa seria o autor, com mais quatro pessoas do assassinato de Moïse a pauladas, na segunda-feira (24), após cobrar pagamento de dois dias de serviço.
O Anonymous revela ainda que o homem em questão “responde por uma ação trabalhista, devendo R$ 32 mil para um antigo funcionário. De acordo com informações encontradas no sistema, ele teria concordado em pagar R$ 20 mil pela dívida. Agora, a questão é entender porque está sendo blindado pelo estado. Atividades milicianas”.
“Alerta: após publicação do nome do proprietário do quiosque, os milicianos removeram o nome dele do cadastro nacional de CNPJ e colocaram o nome de um laranja. Este homem não foi preso. A polícia já sabe quem é. As milícias do Rio de Janeiro agindo e até agora nada aconteceu”, revela ainda o Anonymous.
O grupo afirma também que “a polícia teve acesso às filmagens dos circuitos de segurança da área. A maneira como estão alterando dados no sistema indica que há ajuda interna. Um email apenas é usado para inúmeros quiosques, mas são em CNPJs diferentes. Indícios e mais indícios de crime organizado atuando”.
Após o nome ser divulgado pelo Anonymous, no entanto, o homem em questão foi até a Delegacia de Homicídios do Rio para esclarecer que ele não é mais dono do quiosque desde 2019. Segundo a repórter Giselle Aquino, do SBT, ele teria levado documentos que comprovariam a venda do estabelecimento e teria relatado medo de ser linchado.
Um dos homens que participaram do assassinato de Moïser se entregou à polícia nesta terça-feira (1). Outros dois suspeitos também foram detidos: um estava escondido e foi localizado pelos policiais, já o terceiro não teve informações divulgadas.
Também nesta terça-feira, a prefeitura do Rio suspendeu o alvará de funcionamento do quiosque Tropicália.
Quiosque Tropicália
Moïse foi espancado na última segunda-feira (24), até a morte com pedaços de pau por um grupo de cinco homens na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.
Renato Souza, repórter de polícia do R7, afirma que o rapaz teve os pés e mãos amarrados. Até agora, ninguém foi preso. Moise veio ao Brasil com a família em 2014, para fugir da fome e da guerra no Congo.
Imagens são analisadas
A Polícia Civil afirma que as imagens estão sendo analisadas para identificar os responsáveis pelo homicídio.
“As investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital. A perícia foi realizada no local e imagens de câmeras de segurança foram analisadas. Diligências estão em curso para identificar os autores”, diz a Polícia Civil.
Racismo estrutural
Na carta aberta, a comunidade congolesa cobrou justiça para Moise e punição para os responsáveis pelo quiosque. “Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileira, mas claramente demonstra a XENOFOBIA dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar”, diz o texto.
O UOL informa que não conseguiu contato com o quiosque Tropicália. A página do estabelecimento no Facebook foi excluída, enquanto o perfil no Instagram foi fechado.
*Matéria atualizada em 01/02/2022 às 23h41 para atualização. O home cujo nome foi divulgado pelo grupo Anonymous informou à polícia que o quiosque onde ocorreu o crime não é mais seu desde 2019