DESUMANIDADE

Papai Noel de shopping se recusa a abraçar menino após descobrir que ele tem autismo

Homem que se caracteriza de "bom velhinho" e frustrou criança foi demitido; caso aconteceu em Goiás

Papai Noel de shopping em Goiás se recusa a abraçar criança com autismo.Créditos: Reprodução
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O que era para ser um momento de felicidade de uma criança de 4 anos que, como qualquer outra de sua idade, ama o Natal e o Papai Noel, se transformou em frustração, e justamente por culpa do "bom velhinho". No último final de semana, um homem que trabalha caracterizado como o senhor de barba branca e roupa vermelha em um shopping de Valparaíso (GO) se recusou a abraçar o pequeno Daniel Alves e tirar uma foto após descobrir que o menino tem autismo

Segundo Angélica Alves, mãe do garoto, ela estava com o filho na fila para tirar foto com o Papai Noel no Shopping Sul e contou para outras pessoas que a criança é autista. "Ele fica um pouco agitado, ainda mais quando fica feliz. Nisso, eu falei que ele é autista pro Papai Noel", relatou ao portal Metrópoles. O homem que interpreta um dos símbolos máximos do Natal, porém, começou a fazer sinal de negativo com as mãos

“Ele ficou balançando a mão, tipo para eu levar o Daniel, para sair com ele e me retirar. Foi isso que eu fiz. Eu peguei o Daniel, muito sem graça, porque eu não tive como; eu não tive esforços para debater, não tive esforço para procurar ninguém”, detalhou Angélica. 

É muito dolorido você ver o seu filho sendo rejeitado. Eu senti o meu filho rejeitado e isso me doeu muito. Eu sei que eu vou presenciar, mas eu, de coração, espero que não, sabe? Eu quero meu filho inserido na sociedade como uma pessoa normal, como uma criança normal”, disse ainda. 

Após o ocorrido, Angélica foi para casa e só então se deu conta do que realmente se passou. Ela, então, decidiu contatar a ouvidoria do Shopping Sul, que informou que demitiu o homem que interpretava o Papai Noel e ainda convidou Daniel para ir ao local mais uma vez para tirar uma foto com o personagem. 

Em nota oficial, a administração do centro de compras informou que "repudia todo e qualquer ato de discriminação” e que "está apurando os fatos para que as medidas cabíveis de enfrentamento ao tema sejam tomadas”, adicionando ainda que “no mesmo dia, por cautela, o profissional envolvido foi substituído por outro Papai Noel”

“Pedimos desculpas à família, em especial à criança e sua mãe, bem como a todos e todas que, direta ou indiretamente, tenham se sentido ofendidos pelo fato descrito acima”, diz ainda o comunicado.