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Setor aéreo anuncia greve às vésperas do natal

Pilotos e comissários definiram entrar em greve pela melhoria de salários e condições, considerando os "altos preços das passagens aéreas"

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Em assembleia realizada nesta quinta (15), pilotos e comissários filiados ao Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) aprovaram por unanimidade realização de greve nacional a partir da próxima segunda-feira (19), "devido à frustração das negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho", conforme informação disponível no site da entidade.

Declarando que o formato foi pensado "em respeito à sociedade e aos usuários do sistema de transporte aéreo", os aeronautas  pensaram um formato de mobilização que não provoque impacto negativo junto à opinião pública. Os profissionais decidiram paralisar suas atividades por apenas duas horas, das 6h às 8h, nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. Além disso, voos de urgência, como decolagens com órgãos para transplante, enfermos a bordo e vacinas, prosseguirão normalmente.

Altos preços das passagens

Criticando as empresas aéreas, que não estariam dispostas a atender as reivindicações da categoria desde o início das negociações, os trabalhadores reivindicam melhoria salarial, contemplando recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real, argumentando que "os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas". A representação das empresas chegou a apresentar uma proposta de reajuste, mas foi rejeitada por 90% dos presentes em uma das assembleias, pois atrelava a melhoria salarial a pautas de interesse patronal, como a venda voluntária de folga e a utilização dos dias destinados a ensino a distância para programação de voo. Houve uma segunda rodada de negociação, que também não resultou em acordo.

Além de melhores salários, pilotos e comissários de bordo pautam melhorias também nas condições de trabalho, com definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos, de 3 horas.

Lucros maiores que antes da pandemia

O texto do sindicato destaca que "as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo vem se recuperando aceleradamente, com lucros maiores do que os do período pré-pandemia. Além disso, a procura por passagens aéreas aumentou e os preços impostos aos passageiros subiram drasticamente. No entanto, as empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remuneração mais digna aos tripulantes, além de propor que pilotos e comissários trabalhem mais horas".

Para melhor orientar a atuação dos profissionais, o sindicato publicou um Manual da Greve. Confira o conteúdo a seguir: