A professora Sheylla Susan de Almeida se negou a orientar alunos do programa de doutorado do curso de Farmácia, na Universidade Federal do Amapá (Unifap). A alegação é que ela não quer “esquerdistas no laboratório”.
Em uma reunião extraordinária, a coordenação estadual do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (Rede Bionorte) optou por desligar a docente.
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Ela havia comunicado aos doutorandos, por meio de um grupo de WhatsApp, que não iria mais orientá-los, após descobrir que os estudantes não apoiavam Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, optando por Lula (PT). Nas mensagens, obtidas pelo UOL, ela afirmava que “não quer esquerdistas no laboratório" de farmácia.
"Procurem outro professor para orientar vocês. Amanhã estarei entregando a carta de desistência da orientação de vocês. Não quero esquerdistas no laboratório. Portanto, sigam a vida de vocês, e que Deus os abençoe", escreveu,
Sheylla dirigiu a mensagem a dois alunos. Porém, pediu que fosse compartilhada com outros estudantes petistas. "Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento. Ou estão comigo ou contra mim".
Pedido de desculpas e bolsa no governo do PT
A professora chegou a pedir desculpas aos alunos e à Unifap, e disse que "acabou se excedendo" ao dizer que os alunos deveriam procurar outro orientador. "Assumo que me excedi nas palavras e peço desculpas pelo ocorrido, as eleições passam e a educação fica!", finalizou.
Nas redes sociais, Sheylla tem o costume de postar mensagens de apoio a Bolsonaro. Além disso, atacava, com frequência, universidades públicas nos governos do PT e medidas adotadas para combater a Covid-19.
Porém, no currículo Lattes, ela informa que recebeu bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para cursar o doutorado, entre 2003 a 2008, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), durante os governos de Lula.