Uma mulher morreu em Goiás no último domingo (2) após ser esmagada por uma multidão que disputava espaço para entrar em um frigorífico que havia anunciado, horas antes, a promoção “Picanha do Mito”, onde o produto seria vendido por R$ 22 reais o quilo. O dono do estabelecimento teria armado a promoção em prol da campanha do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), à reeleição.
A mulher teve a perna esmagada no momento em que a multidão na porta do estabelecimento foi liberada e adentrou o local em completo caos. Seu marido disse à imprensa que ela sofria de problemas circulatórios e, após ter a perna esmagada e vê-la começar a inchar de forma atípica no açougue foi levada ao hospital. Mas não resistiu e acabou morrendo.
O Frigorífico Goiás, nome do estabelecimento, utilizou a imagem de Bolsonaro no ato de anunciar a promoção válida para o domingo eleitoral. Além do presidente, também foram usadas imagens do cantor sertanejo Gusttavo Lima.
Na última terça-feira (4) o Ministério Público Federal pediu que a PF investigasse o estabelecimento mediante instauração de inquérito. A principal apuração é sobre ter havido um crime eleitoral com o anúncio da promoção batizada pelo “mito” em pleno domingo eleitoral. Além disso, pretende apurar possíveis crimes supostamente praticados pelos gestores que tenham desdobrado na tragédia noticiada.
O quilo da picanha, um corte considerado de luxo, de uma carne nobre e pouco abundante na anatomia do boi, estava sendo vendido pelo estabelecimento por R$ 22 enquanto que o preço médio nacional varia em torno de R$ 60. Ainda no domingo, a Justiça Eleitoral de Goiás obrigou o açougue a encerrar a promoção e apagar as postagens relativas à “picanha do mito”.
Veja a seguir o momento em que as portas do frigorífico são abertas
*Com informações da Carta Capital.