SP cancela Carnaval; desfile será mantido se a Liga das Escolas aceitar os protocolos sanitários

A capital paulista segue a tendência de várias localidades do país que também cancelaram os festejos em via pública

Prefeitura de SP deve anunciar decisão sobre carnaval 2022 no fim de janeiro/Foto: Prefeitura SP/SPTurisCréditos: Reprodução/ TV Globo
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Em coletiva, o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou que o carnaval de rua 2022 está cancelado diante do avanço da ômicron.

Todavia, os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi estão mantidos e devem acontecer entre os 25 e 28 de fevereiro.

No entanto, os desfiles no Sambódromo só poderão acontecer se a Liga das escolas de samba aceitar seguir todos os protocolos sanitários de combate ao coronavírus.

"Por conta da situação epidemiológica está cancelado o Carnaval de Rua de SP. Nós vamos sentar com a Liga das Escolas de Samba para combinar um protocolo para a realização dos desfiles no sambódromo. Caso eles aceitem os protocolos, os desfiles serão mantidos", declaro o prefeito Ricardo Nunes.

A decisão da prefeitura da cidade de São Paulo se deu após reunião com os representantes da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que apresentaram dados atualizados sobre a situação pandêmica da cidade.

O quadro apresentado pela SMS revela um crescimento da contaminação por Covid e, de acordo com a vigilância municipal, a cidade de São Paulo pode registrar um número maior de infecções do que o registrado na segunda onda de 2021.

Olinda cancela carnaval e promete apoio financeiro para quem trabalha com blocos de rua

A prefeitura da cidade de Olinda (PE) anunciou nesta quarta-feira (5) o cancelamento do carnaval de rua deste ano. A gestão municipal prometeu um auxílio financeiro para os trabalhadores que dependem da realização do festejo.

Durante a coletiva de imprensa, o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade), revelou que a decisão foi tomada de forma conjunta e que a prioridade é a saúde da população local e dos turistas.

“Sem soberba da nossa parte, o carnaval de Olinda é conhecido mundialmente, que gera empregos diretos e indiretos. Um carnaval, mesmo descentralizado, em que circulam mais de 4 milhões de pessoas”, declarou o prefeito de Olinda.

Pandemia: cidades cancelam festa diante do avanço da ômicron

Algumas capitais e estados resolveram se antecipar e cancelar os festejos. A Bahia foi o primeiro deles.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA), declarou no dia 23 de dezembro que o Carnaval 2022 está cancelado.

“Sabe aquele filma Missão Impossível? Nós estamos na Missão impossível 3, então, não será possível fazer esse carnaval. Não tem a mínima condição”, declarou Rui Costa em coletiva de imprensa.

Para Costa, além do coronavírus e sua nova variante, a Ômicron, agora há a epidemia de Influenza, que torna a situação sanitária da Bahia ainda mais delicada.

“A maior alegria que a gente vai ter é de superar o vírus do coronavírus e agora esse vírus da gripe. Se no início de dezembro estava difícil de fazer carnaval, agora ficou impossível. Só uma pessoa completamente irresponsável faria carnaval nessas condições”, enfatizou o governador.

Por sua vez, a prefeitura de Belo Horizonte declarou que não irá patrocinar o Carnaval e nem realizar cadastro de blocos de rua e investimento com infraestrutura. A decisão foi pautada após orientação dos integrantes do Comitê de Enfrentamento e controle da pandemia.

Outra importante capital da rota do Carnaval é Fortaleza. O prefeito José Sarto (PDT) cancelou os editais destinados ao evento. A decisão da prefeitura foi influenciada após o adiamento da festa do Réveillon.

As capitais Palmas, São Paulo e Rio de Janeiro ainda não decidiram sobre Carnaval. As respectivas gestões afirmam que estão monitorando a nova variante do coronavírus e que uma decisão sobre o Carnaval deve ser tomada mais à frente.

Na cidade do Rio de Janeiro, os patrocinadores do Carnaval pressionaram o prefeito Eduardo Paes por uma decisão sobre a festa. Nesta terça-feira (4) haverá uma reunião entre os investidores e a gestão municipal para tomar uma decisão.

A principal preocupação das prefeituras do Rio e de São Paulo é com os blocos de rua, pois, ao contrário dos desfiles nos sambódromos, que permite controle sanitário, as festas de ruas aconteceriam sem qualquer tipo de controle e, dessa maneira, se tornariam ambientes propícios para a disseminação do coronavírus.

Rio de Janeiro cancela carnaval de rua de 2022

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou nesta terça-feira (4) que a cidade não terá seu tradicional carnaval de rua em 2022.

Paes justificou a decisão com o novo surto de Covid-19 provocado pela variante ômicron do novo coronavírus na cidade. “Todos nós estamos percebendo que teve um aumento da taxa de positividade nos testes. Não há um dia aqui que não tenha alguém com teste positivo”, afirmou o prefeito.

“Diante dos dados epidemiológicos que a gente tem, fica muito difícil ter um carnaval de rua agora”, disse Paes. O prefeito do Rio disse que, apesar de estar otimista que a ômicron não vá provocar uma onda de hospitalizações, disse que a são 450 blocos na cidade e precisa de uma enorme estrutura.

Paes afirmou que estuda com a Ambev, patrocinadora do carnaval de rua, a realização de uma espécie de festival gratuito com os blocos carnavalescos durante o mês de fevereiro em três pontos da cidade, com controle de entrada e verificação de passaporte vacinal.

O prefeito disse ainda que a decisão não impacta dos desfiles das escolas de samba no Sambódromo.

Segundo o secretário de Saúde, Daniel Sorranz, o novo aumento de casos é o indicativo de uma nova variante do vírus Sars-Cov-2. “Foi por isso que a OMS colocou essa variante [ômicron] como uma variante de preocupação. Felizmente, esses casos novos não estão gerando óbitos ou internações”, declarou Sorranz.

“A gente tem o desafio de fazer a dose de reforço”, completou.