O deputado federal e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), fez uma afirmação preocupante sobre a Covid-19, em sua participação no Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (5): “Mais cedo ou mais tarde vai surgir uma variante resistente à vacina”.
O parlamentar, que é médico, declarou, ainda, que isso pode acontecer dentro de 15 anos ou em dois meses. “Vai depender da nossa capacidade de expandir a vacinação e evitar aglomerações”, apontou.
“A Ômicron, pelo que já observamos, tem um alto poder de transmissão, ou seja, vira rapidamente a variante dominante. No entanto, tem se mostrado menos letal e menos grave para quem está protegido”, acrescentou Padilha.
Ele destacou, também, que sem imunização geral e com a atuação dos movimentos antivacina há risco cada vez maior do surgimento de novas variantes.
“Por isso, é fundamental que a vacinação atinja os países mais pobres. Isso inclui a participação das nações ricas, que precisam assumir a responsabilidade de imunizar o mundo”, emendou Padilha.
“Existem códigos na sociedade que precisam ser respeitados”, diz sobre passaporte vacinal
O deputado voltou a reiterar a importância do passaporte vacinal e ressaltou que não é possível defender a vacinação e, ao mesmo tempo, a não obrigatoriedade dela.
“Existem certos códigos na sociedade que precisam ser respeitados. Não se pode ir pelado a lugar nenhum. Quem quiser andar pelado que fique em casa. Ninguém vai prender quem é contra a vacina. Mas esses têm que ficar em casa e não ir a lugar nenhum para não expor outras pessoas”, comparou.
Padilha reforçou que o discurso que prega a não obrigatoriedade da vacina, usado até por integrantes da extrema esquerda no Brasil, é a reprodução de uma narrativa contra a ciência que vem dos Estados Unidos.
“Negar a vacina é negar qualquer outra evidência científica, é negar dados da realidade. Aqui no Brasil o Bolsonaro usa isso como estratégia para prejudicar o debate público”, destacou.
“Consulta pública foi uma farsa”
Em relação à consulta pública promovida pelo Ministério da Saúde sobre a vacinação em crianças de 5 a 11 anos, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o deputado disse que observa três intenções do Executivo.
“Primeiro, é uma farsa, pois serviu apenas para esconder a falta de planejamento do governo; também serviu para organizar o movimento antivacina, que é uma forma do Bolsonaro sobreviver politicamente; e acredito que tenha sido usado como forma de cadastramento de pessoas para organizar uma milícia digital, usada na eleição de 2018 e que, certamente, será usada em 2022”, completou.