O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), assim como todo o clã Bolsonaro e o seu círculo político radical, não admite que as ações violentas das polícias, em todas as esferas, sejam questionadas. Colocada como uma classe profissional que pode absolutamente tudo, sob o argumento que as vítimas de atitudes truculentas são sempre “vagabundos”, desta vez os agentes de segurança pública foram alvos de críticas por parte do parlamentar: eles estão abordando “atiradores esportivos e CACs” (a sigla que não sai da boca dos bolsonaristas e que significa ‘caçadores, atiradores e colecionadores’) que andam por aí circulando com suas armas, mesmo não tendo porte ou sendo policiais.
O protesto do filho 03 do presidente Jair Bolsonaro nas redes foi porque um “atirador esportivo” foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) circulando armado por uma rodovia federal, o que segundo o deputado extremista é um “constrangimento”, que tem origem no “desconhecimento da lei vigente” por parte desses servidores.
A postagem, feita no Instagram, veio acompanhado de um vídeo que mostra a abordagem da PRF a um casal. O homem e a mulher estão completamente alterados, gritando com os agentes federais, porque estão sendo impedidos de circularem com armas de fogo pela via. A alegação deles é a de que estariam transitando a caminho do “cube de tiro”.
“Não conheço os envolvidos e nem tenho detalhes do caso, mas o PRF ao questionar que o atirador estaria “fora do trajeto (casa-clube/competição)” mostra desconhecimento da lei vigente e das diretrizes da PRF estabelecidas recentemente justamente para evitar este tipo de constrangimento. Basta ao atirador/CAC dizer que está indo ao clube/competição e apresentar seu: CR, CRAF (documento da arma) e Guia de trânsito... Pouco importa o trajeto e o horário. Casos como estes acontecem, porém é importante postar para esclarecer outros policiais e acabar com a visão de que QUEM ANDA ARMADO É BANDIDO OU POLÍCIA. NÃO. EXISTEM TAMBÉM OS CACs QUE TÊM SEUS DIREITOS”, escreveu Eduardo Bolsonaro, em defesa do casal abordado e contra os servidores públicos que estavam cumprindo seu trabalho.