O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, que ficou famoso nacionalmente por esconder Fabrício Queiroz em seu escritório de Atibaia (SP), conseguiu na Justiça a liberação de parte da maior carga de madeira ilegal apreendida na história, ocorrida durante a Operação Handroanthus GLO, em dezembro de 2020. Na ocasião, 131,1 mil metros cúbicos de toras extraídas irregularmente foram confiscados em vários locais no meio da floresta amazônica do oeste paraense, levando o então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles a se intrometer nas ações policiais, o que lhe custou o cargo e uma acusação pelo crime de facilitação de contrabando.
A liberação da madeira foi autorizada pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, que é um dos principais nomes cotados pelo presidente Jair Bolsonaro para ser indicado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Wassef representava na ação a empresa MDP Transporte.
Este não foi o primeiro caso de decisão favorável às empresas donas das cargas de madeira apreendidas pela Polícia Federal na Handroanthus, já que desde outubro de 2021 outras seis firmas, sem ligações com Wassef, foram beneficiadas por decisões do mesmo tipo proferidas pela TRF-1.