O vale gás, auxílio do governo que começa a ser repassado à população do estado do Rio de Janeiro a partir desta terça-feira (18) até o dia 31 e janeiro, pode cair nas mãos de milicianos e traficantes.
Nessa primeira parcela – a segunda está prevista para março – serão distribuídos R$ 48 milhões do auxílio para cerca de 966 mil moradores. A maioria deles vive em áreas controladas por criminosos, que exploram entre outros “serviços”, a venda dos botijões de 13 kg do gás GLP ou gás de cozinha e impõe o valor até 30% mais caro em algumas comunidades do Rio.
O levantamento foi feito pela CNN Brasil com base em dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI/UFF).
“Existe um risco muito grande do auxílio gás parar na mão de criminosos. O grupo mais interessado em receber o subsídio é o povo. E eles vão ser lesados por conta da atuação dos milicianos e traficantes. Esse valor cobrado a mais pelos criminosos é uma extorsão feita justamente na população que mais necessita de ajuda financeira”, disse o coordenador do Geni, Daniel Hirata, à CNN.
Polícia confirma
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou à emissora que “as organizações criminosas cobram taxas nas comunidades carentes” e por isso, são alvos das operações da instituição.
A Polícia Civil investiga denúncias de cobranças e extorsões praticadas por esses grupos criminosos, que cobram até 30% mais caro pelo gás em algumas comunidades do Rio.
O preço médio de revenda do botijão de 13 kg do gás GLP, mais conhecido como gás de cozinha é de R$ 89,48. No entanto, 57,1% da população carioca, ou seja, 3,7 milhões de pessoas que vivem em favelas e bairros controlados por algum grupo criminoso podem pagar até R$ 130, conforme noticiado pela CNN em outubro de 2021.
Com informações da CNN Brasil