O Ministério Público de São Paulo informou que ajuizou uma ação, na qual exige o pagamento de R$ 800 mil por violações às medidas sanitárias de combate à Covid-19, contra o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e outros 12 extremistas bolsonaristas por terem realizado uma motociata (passeios de motocicleta para ovacionar o presidente Jair Bolsonaro) no estado durante o período mais dramático da pandemia, quando milhares de brasileiros morriam diariamente pela doença provocada pelo Sars-Cov-2.
O promotor Arthur Pinto Filho, autor da ação civil pública, argumenta nos autos que esses seguidores radicais, assim como o próprio líder ultrarreacionário, infringiram as leis que tinham por finalidade impor controle à disseminação do coronavírus ao incentivarem aglomeração e o não uso de máscaras.
Além de Ricardo Salles, que como ministro do Meio Ambiente deveria zelar pelos recursos naturais do país, mas que passou a ser acusado de facilitação de contrabando de madeira extraída ilegalmente, os outros arrolados na ação são os pastores Jarkson Vilar da Silva e Estevam Hernandes Filho, os empresário Marcelo Fernandes Bella e Tomé Abduch, além de Renata Vaz Quesada Vilar da Silva, o assessor presidencial Max Guilherme Machado de Moura, o tenente do Exército Mosart Aragão Pereira, Waldir Luiz Ferraz, Carlos Alberto Maciel Romagnoli, Luiz Fernando Valente de Souza Marcondes, Adriana Mangabeira Wanderley e Lucas Moura de Oliveira.
À época do passeio de 120 km por rodovias do estado, em junho do ano passado, Bolsonaro já havia sido multado em R$ 552,71 por não usar máscara. Na ocasião ele deu declarações falsas sobre dados da pandemia, fez discurso antivacina e incentivou o consumo de medicamentos sem qualquer eficácia contra a Covid-19, garantindo que tais drogas não fariam mal à saúde de ninguém.