O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, anunciou nesta quinta-feira (30) a criação de um canal para que a população possa enviar denúncias relacionadas ao "tratamento precoce" contra a Covid à comissão.
O "tratamento precoce", defendido por Jair Bolsonaro ao longo de toda a pandemia, consiste na administração de medicamentos, como cloroquina e ivermectina, que não só não possuem qualquer eficácia contra a Covid-19, como podem oferecer riscos a quem os consome.
Para encaminhar as denúncias à CPI, os cidadãos devem fazê-lo através do e-mail cpipandemia.denuncias@senado.leg.br.
A iniciativa dos senadores surge em meio ao escândalo da Prevent Senior que, a cada dia, conta com detalhes ainda mais macabros.
A operadora de saúde está sendo investigada, não só pela CPI como pelo Ministério Público de São Paulo, com base em um dossiê feito médicos que trabalhavam junto à empresa, por realizar experimentos ilegais com os medicamentos do "tratamento precoce" sem o consentimento dessas pessoas, alterando prontuários e certidões de óbito.
Em um dos depoimentos mais contundentes dados à CPI, esta semana, a advogada Bruna Morato, que defende os médicos denunciantes, deu detalhes sobre os procedimentos macabros adotados pela operadora de saúde em um suposto “pacto” com o governo Bolsonaro que teria por objetivo ocultar mortes por Covid-19, promover os remédios sem eficácia para iludir a população e, assim, dar sustentação à estratégia do governo contra o isolamento social.
Algumas famílias já vêm conseguindo junto à Justiça o direito de receber indenizações da Prevent Senior por casos de pacientes com Covid que foram submetidos ao "tratamento precoce", sem consentimento, e que vieram a falecer.