O depoimento de Bruna Morato, advogada que representa os médicos que trabalharam na Prevent Senior e acusam a empresa de realizar experimentos macabros usando medicamentos sem eficácia contra a Covid-19 por alinhamento ideológico ao bolsonarismo, mudou o curso da CPI do Genocídio e a comissão não será mais encerrada na próxima semana.
A informação foi confirmada no início da tarde desta terça-feira (28), rapidamente, com um "não encerra" do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a má condução dada à pandemia pelo governo Jair Bolsonaro. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), já vinha sendo pressionado por colegas para dar fim à longeva investigação que já dura cinco meses.
As revelações bombásticas feitas por Bruna, como a obrigatoriedade de receitar o tal "kit Covid", sob pena de ser demitido se não o fizesse, a utilização desses medicamentos sem qualquer eficácia como estratégia para economizar com as internações, a suposta garantia de impunidade dada pelo governo à direção do plano de saúde e as relações da Prevent Senior com funcionários do chamado "gabinete paralelo" da Saúde, assim como com integrantes do Ministério da Economia, foram as razões que levaram os senadores a adiar o fim da CPI, que agora irá se aprofundar nessas denúncias.