Após inúmeros alertas feitos por especialistas do setor elétrico, o Brasil voltou a sofrer com os apagões de energia. Na noite deste sábado (18), ao menos 8 cidades do Rio de Janeiro, além de localidades em Minas Gerais e São Paulo, ficaram sem luz.
A região dos Lagos, no RJ, foi a mais atingida, e há registros de corte de energia em cidades do interior paulista e também em Muriaé (MG).
Milhares de consumidores foram às redes sociais para divulgar o apagão em suas regiões e para protestar contra o governo Bolsonaro, já que o problema ocorre logo após novo aumento na tarifa da energia elétrica. A bandeira tarifária mais cara foi criada, justamente, para conter o risco de apagões em meio à severa crise hídrica que assola o país.
"Acabou a energia de novo, mano. Tá muito em conta a luz, né @EnelClientesBR", protestou uma usuária do Twitter à Enel.
As redes sociais foram tomadas por postagens do tipo. "Pago caro na conta de luz, pra ter apagão. Bolsonaro, vc me paga, seu corno fdp!", escreveu outra internauta.
"Os apagões já começaram era previsto em novembro mas já começou cedo, imagine quando chegar o verão o Brasil inteiro vai entrar em colapso por conta desses apagões. Bolsonaro vc é o culpado de tudo isso", disse ainda um usuário do Twitter.
Apesar da associação da queda de energia à crise hídrica, a Enel Distribuição do Rio informou, por meio de nota, que o apagão foi causado por uma "perturbação na rede de transmissão de Furnas" e que a energia elétrica foi retomada às 22h32.
Não houve qualquer manifestação das concessionárias de energia elétrica, no entanto, sobre as quedas de luz em SP e MG.
TCU aponta falta de planejamento do governo
Em relatório divulgado neste sábado (18) pelo portal G1, a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), do Tribunal de Contas da União (TCU), aponta que o Brasil corre risco de apagões nos próximos meses.
A área técnica do TCU afirma que "previsibilidade e razoabilidade" nas medidas do governo Bolsonaro para evitar a falta de energia e que não há um plano estabelecido para o caso de agravamento da crise hídrica. Por isso, as medidas tomadas até agora não devem evitar as novas quedas de luz.
"A despeito das ações adotadas, houve piora acima do esperado do nível dos reservatórios [das hidrelétricas]. Em que pese algumas dessas medidas somente terem começado a vigorar a partir de 1º/9/2021, há indicativo de que as providências não se mostram suficientes para eliminar o risco de racionamento do consumo, tampouco o risco de blecaute", diz um trecho do relatório.