As Forças Armadas não devem protagonizar novo vexame em mais um desfile no dia 7 de setembro. O Ministério da Defesa definiu que não haverá nenhuma parada militar em Brasília no aniversário da Independência.
De acordo com informações do blog de Malu Gaspar, em O Globo, o ministério encaminhou uma nota aos comandos de Exército, Marinha e Aeronáutica, avisando que não haverá desfile no dia 7, supostamente em consequência da pandemia do coronavírus.
Do mesmo jeito que ocorreu em 2020, a única atividade oficial prevista para o 7 de setembro é um evento de hasteamento de bandeira no Palácio do Alvorada.
E a pandemia?
As Forças Armadas não pensaram na pandemia na terça-feira (10), quando promoveram um desfile de blindados da Marinha sobre a Esplanada dos Ministérios, no dia em que se daria a decisão do plenário do Congresso Nacional sobre o projeto que previa a adoção do voto impresso para 2022. A proposta foi derrotada.
Durante o desfile, que tinha o objetivo de intimidar o Congresso por causa do voto impresso, defendida por Jair Bolsonaro, o que se viu foi o fumacê protagonizado por tanques queimando óleo, no mínimo, em péssimas condições de uso.
Ameaças
Na quinta-feira (12), o cantor Sérgio Reis teve um encontro com empresários do agronegócio e caminhoneiros em que debateu a organização de uma manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em defesa de Bolsonaro e pelo voto impresso, programada justamente para o dia 7 de setembro.
“Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas ninguém anda no país. Vai parar tudo. Não é só Brasília, é o país”, disse o cantor na reunião.
“Nada nunca foi igual ao que vai acontecer. Se eles [os ministros do STF] não atenderem ao nosso pedido, a cobra vai fumar”, afirmou ainda.
“Ultimato”
O bolsonarista Sérgio Reis também estaria por trás de um plano golpista: ele pretendia dar um “ultimato” ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmando que vai invadir o prédio da corte suprema, “quebrar tudo” e retirar os ministros de lá “na marra”.
“Vou dizer ao presidente do Senado que eles têm 72 horas para aprovar o voto impresso e tirar todos os ministros do STF. Isso não é um pedido, é uma ordem”, afirmou.