Um advogado, que não quis ter sua identidade revelada, acusa sete policiais militares de Roraima de terem o espancado e disparado um tiro de bala de borracha contra seu abdômen. O caso teria ocorrido num restaurante da capital Boa Vista, na madrugada da última quinta-feira (12), quando o homem parou no estabelecimento para fazer uma refeição antes de voltar para casa.
Segundo o relato da vítima, que levou o caso à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RR), por volta das 2h30 três viaturas da corporação estacionaram na frente do estabelecimento e delas saíram os setes agentes envolvidos na ocorrência. Eles teriam entrado no restaurante já ofendendo o dono com xingamentos pelo fato do comércio estar funcionando fora do horário autorizado pelas autoridades, em decorrência das medidas sanitárias impostas pela pandemia.
Momentos depois, ainda de acordo com a vítima, um dos policiais se dirigiu a sua mesa e perguntou o que ele fazia ali. O advogado teria respondido que terminava sua alimentação para então seguir para casa. O PM então, sem qualquer razão, teria disparado um tiro de bala de borracha na barriga do cliente, que se desesperou e levantou da cadeira para olhar o ferimento, assustado.
O advogado conta que, a partir daí, outros PMs se aproximaram dele e iniciaram uma sessão de espancamento, com soco, chutes e um golpe “mata-leão”, o enforcando, por trás, o que o fez perder a consciência por alguns minutos.
Colocado numas viaturas e informado de que seria conduzido ao 5° DP de Boa Vista, o denunciante conta que falou aos policiais que levaria o caso à Corregedoria da Polícia Militar e só então revelou que era advogado. O homem afirma que o gesto fez com que os agentes ficassem ainda mais agressivos, disparando jatos de spray de pimenta no seu rosto e fazendo ameaças de mortes.
O caso foi registrado na Polícia Civil e levado às autoridades corregedoras da PM, assim como à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RR). A Polícia Militar emitiu uma nota contando outra versão, de que a vítima estaria numa aglomeração num bar do bairro Pintolândia, que teria desacatado os policiais e resistido à detenção, mas admitiu que as informações foram encaminhadas à Corregedoria para a checagem de qualquer eventual desvio nos procedimentos adotados pelos militares na abordagem.