Júlia Emílio Mello Latufo, viúva de Adriano da Nóbrega, miliciano ligado ao senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) negocia há algumas semanas uma delação premiada com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e o Ministério Público do estado através de seu advogado, o ex-senador Demóstenes Torres.
A delação, de acordo com a coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, já está na segunda fase, ou seja, já foi aceita pelos procuradores e agora investiga uma série de homicídios cometidos no Rio de Janeiro por organizações criminosas.
Júlia Lotufo estava na Bahia com o capitão Adriano da Nóbrega, onde ele foi morto em fevereiro de 2020. Ficou foragida, teve a prisão preventiva decretada, mas, logo a seguir, sua punição foi reduzida a prisão domiciliar.
Atualmente, ela responde a um processo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital do RJ, por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Com a morte do marido, segundo esse processo, coube a ela cuidar do espólio de atividades ilegais de Adriano.
A própria Júlia procurou a Polícia Civil. Após isto, foi encaminhada ao MP, na área que investiga a participação de milicianos em assassinatos de aluguel — mortes como as cometidas pela organização criminosa Escritório do Crime. Posteriormente, o Ministério Público Federal foi envolvido na negociação e tudo caminha para que na semana que vem haja a homologação.
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