Plataforma Lattes continua fora do ar e ministro da Ciência em silêncio

Orçamento do CNPq é o menor desde 2000; desde que assumiu a presidência, o governo Bolsonaro tem promovido cortes de bolsas e pesquisas

Ministro Marcos Pontes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Como noticiado pela Fórum nesta terça-feira (27), a Plataforma Lattes, que reúne o currículo acadêmico de todos os pesquisadores do Brasil, está fora do ar.

Todavia, a plataforma continua fora do ar, mas, agora quando digitamos o endereço "lattes.cnpq.br" somos remetidos para o portal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) onde consta o comunicado sobre o "apagão de dados".

Até este momento, o CNPq e o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) não atenderam os questionamentos da Fórum e nem de outros veículos da imprensa.

A única manifestação oficial se deu por volta das 14h, quando o CNPq, por meio de seu perfil oficial no Twitter, se posicionou e afirmou que os dados da Plataforma Lattes não serão perdidos, porém, não há prazo para o retorno do sistema.

https://twitter.com/CNPq_Oficial/status/1420071871584903168

Por sua vez, o ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, não se pronunciou até este momento. A sua agenda também não prevê nenhum evento para esta semana.

A última vez que Pontes teve uma agenda oficial, foi na ultima quinta-feira (22) quando se encontrou com a deputada neonazista Beatrix von Storch do AfD, partido de extrema direita da Alemanha que se inspira nos ideais de Hitler.

Em seu perfil nas redes sociais, se limitou a replicar o informe do CNPq sobre o apagão de dados dos Lattes.

https://twitter.com/Astro_Pontes/status/1420079848660344834

Menor orçamento desde 2000

De acordo com dados da Associação Nacional de Pós-Graduação (ANPG), o orçamento do CNPq para este ano é de R$1,21 bilhão, o menor desde 2000.

Por meio de suas redes, a presidenta da ANPG, Flávia Calé, destaco o fato que desde 2018 a área tem sido alvo de cortes constantes do governo, que também queria extinguir o CNPq.

"Desde 2018, quando foram anunciados os 1° cortes de bolsas do CNPq, em 2019 quando Bolsonaro tentou extinguir a agência, temos travado uma luta renhida e permanente pela existência e para que o CNPq cumpra sua função".

O CNPq foi criado em 1951 e desde então tem sido o principal órgão de fomento à pesquisa e formação de pesquisadores do Brasil.

Deputado quer convocar Marcos Pontes à Câmara para explicar “apagão” no CNPq

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou junto à Comissão de Educação da Câmara, nesta terça-feira (27), um requerimento solicitando que o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, seja convocado para prestar esclarecimentos aos parlamentares sobre o “apagão” no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Para o deputado Rogério Correia, no entanto, o erro na base de dados mostra que o governo Bolsonaro, bem como seu ministro Marcos Pontes, estão implementando um “apagão na ciência”.

“O CNPq teve abruptos cortes de financiamento e está operando com o menor orçamento dos últimos 21 anos. O sucateamento da agência provavelmente tem relação direta com a queda dos seus sistemas, plataforma e bancos de dados que se encontram fora do ar por dias e ainda não se sabe a dimensão das perdas de informações, porém, já foi propagandeado que não há backup dos dados em questão”, afirma o petista no requerimento de convocação de Marcos Pontes.

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