Jean Wyllys rebate dono da Riachuelo: “Idiota ou cínico descarado?”

O bolsonarista Flávio Rocha afirmou ser contra a taxação de grandes fortunas para diminuir o fosso da desigualdade porque “empobrece” os ricos

Jean Wyllys - Foto: Reprodução/TV PT
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O professor, jornalista e ex-deputado, Jean Wyllys (PT), foi às redes sociais, neste sábado (17), para reagir às declarações do empresário Flávio Rocha, dono da rede de lojas Riachuelo e um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro.

“Esse sujeito é um idiota mesmo ou um cínico descarado? Ou ambas as coisas?”, questionou Jean, em postagem no Twitter.

Rocha afirmou ser contra a taxação de grandes fortunas para diminuir o fosso da desigualdade porque “empobrece” os ricos.

https://twitter.com/jeanwyllys_real/status/1416499646667579397

“Nós queremos lutar contra a desigualdade ou contra a pobreza? Esse imposto consegue reduzir a desigualdade, mas pela via não inteligente: expulsando ou empobrecendo os ricos. O que se quer é enriquecer os pobres. Esse é um imposto que diminui a desigualdade, mas achatando a pirâmide, ou seja, empobrecendo os ricos”, disse em entrevista a Joana Cunha, na edição deste sábado (17) da Folha de S.Paulo.

Segundo Rocha, “a grande deformação de um sistema tributário é a sonegação” e não a concentração de recursos no topo da pirâmide. Ele afirma que a redução de imposto de renda seria mais eficaz do que taxar os afortunados.

“A redução de imposto de renda gera mais investimento, aumento da demanda por mão de obra e, aí sim, resolve a desigualdade pela via inteligente, que é gerando renda para a base da pirâmide. Se desigualdade fosse o problema, tinha que dar um troféu para a Venezuela, que expulsou as fortunas para Miami ou quebrou quem insistiu em ficar”, disse.

Sair do Brasil

Em sua declaração, Flávio Rocha sinalizou, ainda, que caso haja taxação de fortunas, ele se mudaria do Brasil.

“O exemplo desastroso do François Hollande [ex-presidente da França] mostrou uma coisa que é cruel, mas é a dura realidade. É a mobilidade das fortunas. É o maior exportador de fortunas. O potencial de arrecadação é pífio. Acelera o êxodo. Na França, todo mundo mudou para a Bélgica, para a Inglaterra. E o mundo está cada vez mais digital. Você pode exercer a mesma função remotamente. As pessoas estão com mais mobilidade”, acrescentou.