O médico bolsonarista Victor Sorrentino, preso no Egito após ter assediado uma vendedora muçulmana, voltou ao Brasil nesta semana. Em live transmitida na noite desta terça-feira (8) no Instagram, Sorrentino chorou ao falar sobre a investigação que passou no país africano. Ele pediu desculpas e disse que foi "infantil e infeliz" ao assediar a vendedora.
“Eles me investigaram, e foi uma investigação maçante. Sofri muito. Passei os melhores e os piores momentos da minha vida. Os piores porque nunca imaginei que eu fosse passar por aquilo e nunca imaginei que minha família fosse passar pelo o que passou. Ficaram sem notícias minhas durante um período. A investigação foi muito dolorosa, eles não sabem o quanto as pessoas aqui estavam sofrendo", disse o médico na live.
Em outro trecho da live, Sorrentino comparou as críticas que sofreu nas redes com a Inquisição e os julgamentos do Tribunal de Nuremberg.
“É um tribunal de exceção, como o Tribunal de Nuremberg, o mais famoso, né? Em que colocou-se os Aliados para julgar os nazistas. Não estou defendendo nazistas, mas foi um tribunal de exceção, em que se busca uma forma de pré-julgar as pessoas", afirmou.
No dia 24 de maio, Sorrentino publicou nas redes sociais um vídeo fazendo uma “piada” misógina e assediando uma mulher muçulmana.
A funcionária de uma loja explicava a ele como são produzidos os papiros, materiais semelhantes ao papel utilizados pelos antigos egípcios para escrever. “Elas gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?”, disse o médico à atendente, aos risos. “O papiro comprido”, completou.
Victor foi preso no dia 30 e, momentos antes, gravou um vídeo chorando. O Ministério Público do Egito acusou Sorrentino de assédio sexual verbal, violação da vida privada e violação dos princípios e tradições familiares da sociedade egípcia.