A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (9) a convocação do deputado federal e médico Osmar Terra (MDB), que é considerado como central para se entender o "ministério paralelo" que aconselha o presidente Bolsonaro no combate à pandemia.
Desde o início da crise do coronavírus, Osmar Terra se notabilizou por declarações negacionistas. Por exemplo, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou oficialmente que se tratava de pandemia, sem qualquer base científica, Terra menosprezou o vírus e afirmou que entre maio e junho "a pandemia chegaria ao fim".
Em abril de 2020, quando o Brasil entrava em quarentena, Osmar Terra afirmou que "a epidemia está terminando dentro de duas, três semanas".
À época, o deputado também acreditava que já havia imunidade de rebanho em São Paulo e afirmou que a Saúde não entraria em colapso.
"O pico da pandemia já passou em São Paulo. O pico é quando mais de 60% das pessoas já estão contaminadas, já estão com anticorpos. É a chamada imunidade de rebanho. Então o colapso anunciado não irá acontecer. A epidemia está terminando dentro de duas, três semana em São Paulo", disse Terra em abril de 2020.
Além de ter decretado que o fim da pandemia aconteceria entre maio e junho de 2020, o parlamentar atacou duramente as medidas de distanciamento e lockdown.
"Não tem uma evidência científica que o lockdown e quarentena diminuem o número de casos […] estamos sendo cobaias de uma experiência que não funciona […] essa história de que lockdown, flexibilização, piora, melhora, é invenção […] Lockdown e quarentena não nada a ver com ciência", afirmou Osmar Terra.
As “previsões” de Osmar não param por aí: o conselheiro de Bolsonaro afirmou que o coronavírus mataria menos que o H1N1, que não atingiria jovens e pessoas saudáveis e que a gripe é mais letal. "Gripes sazonais no país produzirão mais mortes que o coronavírus", declarou o médico, que foi contaminado pelo vírus e se curou da Covid-19.
Apesar de ter errado todas as previsões e cotidianamente questionar estudos acadêmicos sobre o vírus, Osmar Terra mantém as suas posições negacionistas e até hoje é o principal conselheiro do presidente Bolsonaro para assuntos sobre a pandemia.