A família de Victor Sorrentino, médico bolsonarista investigado por assédio sexual contra uma vendedora muçulmana no Egito, escreveu uma carta à vítima e às autoridades do país pedindo desculpas pelo que aconteceu. Em árabe e inglês, os parentes do profissional de saúde prometem reparação à mulher e ao "povo egípcio".
"Nós, Família Victor Sorrentino e em nome de Victor apresentamos um pedido oficial de desculpas à vítima, sua família e todos os que tocaram no assunto. A todo o querido povo egípcio e todos os funcionários do Estado do Egito. Nossos mais sinceros sentimentos e empenho na reparação de todos os danos materiais e morais. Solicitamos o recebimento de nossas desculpas", diz o texto.
Assinam o documento os pais do médico, Migel e Maria Cristina Laindes Sorrentino, os irmãos Guilherme, Patricia e Daniela Sorrentino e a esposa Kamila Monteiro.
No dia 24 de maio, o médico publicou nas redes sociais um vídeo fazendo uma “piada” misógina e assediando uma mulher muçulmana. As imagens foram gravadas durante sua viagem ao Egito. A funcionária de uma loja explicava a ele como são produzidos os papiros, materiais semelhantes ao papel muito utilizados pelos antigos egípcios para escrever. “Elas gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?”, disse o médico à atendente, aos risos. “O papiro comprido”, completou.
Victor foi preso no dia 30 e, momentos antes, gravou um vídeo chorando. O Ministério Público do Egito acusa Sorrentino de assédio sexual verbal, violação da vida privada e violação dos princípios e tradições familiares da sociedade egípcia.