Há uma lei que determina que, se um paciente sofrer um acidente e for atendido por um Pronto-Socorro do Sistema Único de Saúde (SUS), o custo desse atendimento deve ser enviado para o plano de saúde da pessoa atendida.
Mas, ao invés de cumprir o que determina a lei, a maioria dos planos de saúde preferem questionais tais cobranças na justiça e acumular dívidas com a União.
Essa prática trava bilhões de reais que poderiam ser investidos em melhorias no serviço público de saúde.
Segundo levantamento do Repórter Brasil, a partir de dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos privados devem hoje R$ 2,9 bilhões ao SUS.
Deste grupo de planos devedores ao SUS, a HapVida e a NotreDame Intermédica, que anunciaram processo de fusão, devem juntas R$ 648 milhões.
Com os R$ 2,9 bilhões da dívida daria pra comprar, ao menos, 58 milhões de doses das vacinas contra a Covid-19, isso considerando o valor de US$ 10 por dose pago pelo Ministério da Saúde.
Apesar de estarem inscritas na Dívida Ativa com a União, HapVida e a NotreDame fecharam parcerias com o poder público: um contrato com a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e com as Forças Armadas, respectivamente.