O Colégio Pedro II (CPII), uma das instituições da rede federal de ensino mais tradicionais do país, está sem receber os repasses previstos para esse ano do governo Bolsonaro, o que representa um bloqueio orçamentário de mais de R$ 7 milhões que seriam destinados à manutenção da escola. A reitoria do colégio anunciou que só tem dinheiro para manter as atividades até setembro.
“A partir de setembro, com o orçamento na ordem em que está, teremos dificuldades para honrar com os compromissos já assumidos. Esse cenário compromete muito os investimentos necessários para a continuidade do ano letivo e para o funcionamento e a manutenção da instituição”, declarou Oscar Halac, reitor do colégio, em texto publicado no portal da instituição.
Segundo a nota, o CPII teve uma redução de cerca de 3,5% em seu orçamento em 2021. Após o corte, o Ministério da Educação ainda anunciou um bloqueio de cerca de 18% da verba que seria repassada ao colégio, o que representa R$ 7,12 milhões do valor destinado à manutenção da escola, como o pagamento de serviços de limpeza e vigilância, contas de água, luz, telefone e internet, compra de materiais de consumo e realização de obras de conservação.
A líder da bancada do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), protestou contra o corte de verba ao Colégio Pedro II. "Essa instituição de excelência pode fechar as portas em setembro por conta do bloqueio orçamentário de mais de R$ 7 milhões pelo Ministério da Educação. Esse governo detesta o ensino público.Não dá pra permitir esse desmonte", escreveu a deputada.
O Colégio Pedro II foi fundado em 2 de dezembro de 1837, tornando-se uma das primeiras escolas públicas do Brasil. A instituição de ensino foi batizada em homenagem a Pedro II, antes de o imperador ascender ao trono.
Assim como o CPII, outras instituições federais de ensino correm o risco de fechar no Rio de Janeiro. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a universidade mais antiga do país, também sofre bloqueios e corre o risco de suspender suas atividades acadêmicas e de pesquisa a partir de julho.