Assessor de Bolsonaro tem dez dias para se explicar sobre gesto supremacista no Senado

No dia 24 de março, Filipe Martins fez com as mãos um gesto que remete ao símbolo “WP”, em referência ao lema “white power” (“supremacia branca”)

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O assessor para Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro, Filipe Martins, terá um prazo de dez dias para se explicar sobre o gesto supremacista feito no Senado, em março, enquanto o presidente da Casa falava em audiência.

A Procuradoria da República encaminhou um pedido de esclarecimento ao assessor, de acordo com a coluna Painel, na Folha de S.Paulo.

Martins era alvo de outra investigação, instaurada pela Polícia do Senado. Neste caso, a apuração concluiu que o gesto teve conotação racista.

Símbolo "WP"

No dia 24 de março, durante audiência no Senado, Filipe Martins fez com as mãos um gesto que remete ao símbolo “WP”, em referência ao lema “white power” (“supremacia branca”). Esse gesto, que se assemelha a um “OK”, é classificado desde 2019 como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação dos EUA.

“Ele fez um sinal de supremacia branca enquanto arruma o terno. É muito difícil ele dizer que não sabe o que está fazendo. É um sinal de supremacia branca. É um sinal que é usado como senha em diversos grupos, como o Proud Boys”, disse à Fórum a antropóloga Adriana Dias, que é doutora em antropologia social pela Unicamp, pesquisa o fenômeno do nazismo e atua como colunista.

Após a repercussão do gesto, Martins negou que tenha feito referência ao supremacismo, dizendo que estava “ajeitando a lapela o terno”.

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