O missionário R.R. Soares fez um pedido na Justiça, através da Igreja Internacional da Graça de Deus, para despejar mais de 200 famílias de um terreno na Zona Norte de São Paulo.
O cumprimento da ordem de reintegração de posse está previsto para o dia 25 de maio e, segundo os ocupantes, os dirigentes religiosos se recusam a negociar.
O local é ocupado por 500 pessoas dos quais, pelo menos 100 são crianças, e há também deficientes.
O local ocupado leva o nome de “Comunidade Penha Brasil” e se formou na madrugada do dia 30 de dezembro de 2020, na Rua Afonso Lopes, no bairro Vila Cachoeirinha.
Um dia depois da ocupação, a juíza Paula Fernanda de Souza Vasconcelos Navarro, plantonista na Comarca de São Paulo do Tribunal de Justiça estadual, autorizou o pedido de liminar de reintegração de posse movido pela Igreja. Faltava, então, emitir um mandado para o despejo.
Os advogados da ocupação apontaram que o terreno não tinha “nenhuma edificação” e que “encontrava-se abandonado”, com débitos de IPTU de aproximadamente 200 mil reais.
Os advogados também alegaram que os ocupantes são pessoas pobres, “que ganham, em sua maioria, menos de um salário mínimo ao mês”, e que as famílias não têm outra opção de moradia.
A atitude da igreja de R.R. Soares foi classificada pela defesa dos moradores como “lamentável”:
“Trata-se de uma atrocidade querer retirar a moradia dessas famílias, e o que é ainda mais grave, a solicitação sendo feita por uma Igreja que se declara na mídia como uma instituição que acolhe e ajuda a população”.
Com informações do Fuxico Gospel