Em nova carta divulgada pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (2), Monique Mendeiros, presa acusada de matar o filho Henry Borel juntamente com o vereador Jairo Souza Santos, o doutor Jairinho, diz que está "sendo apedrejada na cadeia" porque as detentas acreditam que ela permitia que o menino fosse agredido.
“Eu estou sendo apedrejada na cadeia! Todos os dias elas gritam dizendo que vou morrer e que irão me matar, pois acreditam que eu deixava o Jairinho bater no Henry”, diz trecho da carta.
No texto, a mãe de Henry relata uma nova versão - diferente de seu depoimento à polícia - e acusa seu primeiro advogado de de ter montado uma farsa para proteger Jairinho.
Na carta, Monique diz que o primeiro advogado só aceitaria o caso se eles se unissem e combinassem uma versão inventada. A defesa do casal custaria R$ 2 milhões.
“O Dr. André (Barreto, advogado) se apresentou, disse que era casado, que tinha 4 filhos, que estudou para ser padre, que era religioso e que não pegava casos de homicídios se não acreditasse na inocência dos seus clientes e nos separou. Fez uma entrevista particular comigo (…). E depois, fez a mesma coisa com Jairinho separado. No dia seguinte, o Dr. André foi até a casa do pai do Jairinho para conversarmos, mas que só aceitaria o caso se nos uníssemos e combinássemos uma versão inventada (…). Na mesma hora eu questionei por que eu não poderia dizer o que realmente tinha acontecido, já que tinha sido um 'acidente doméstico' (…). Eu ainda não estava satisfeita e disse que falaria a verdade, que eu não via problema algum (…). Foi quando a família dele disse que aquela seria a única versão! Que o Dr. André era um excelente criminalista, que ele teria cobrado 2 milhões de reais pelo casal (mas que só depois percebi que a defesa era apenas do Jairinho)", diz ela, na carta.
Monique ainda afirma que recebeu as informações sobre o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que apontam sinais de espancamento e tortura, de Leniel Borel, pai de Henry.
“Leniel me ligou dizendo que havia alguma coisa errada com o exame do Henry. Que estava constando: laceração hepática, por uma ação contundente e hemorragia interna”.
Leniel confirmou ao Fantástico que indagou a esposa sobre o laudo do IML.
"E aí eu mostrei pra ela e falei: olha só, Monique. Tá vendo aqui. Isso aqui não é natural. O policial tava próximo e eu falei: isso é natural? Não. Isso é uma agressão. Ela não falou nada, Carlos. Nada ela falou naquele momento. Ficou quieta. Depois foi pra fora do IML ali e ficou chorando com o irmão mas não falou nada", disse Leniel.