A ocorrência de problemas em linhas de transmissão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, deixou vários estados sem energia nesta sexta-feira (28). São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás, pelo menos, sofreram com o apagão, que prejudicou consumidores e indústrias. Houve registros, também, de queda no fornecimento nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a falha provocou sobrecarga do sistema, levando ao desligamento de seis unidades geradoras da hidrelétrica de Belo Monte.
O problema durou 20 minutos e a Aneel encaminhou ofício à empresa responsável pela operação da usina, solicitando explicações a respeito da situação.
No total, foram registradas duas ocorrências. A primeira, às 11h06, desligou o Polo 1 do Elo CC 800 kV Xingu/Estreito, que, conforme informações iniciais do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), estava transmitindo 1.996 MW.
O problema sobrecarregou outros polos do sistema de transmissão associado à Belo Monte, porém, sem provocar danos ao Sistema Interligado.
No entanto, 20 minutos depois, às 11h26, ainda com o Polo 1 sem funcionar, ocorreu o desligamento do Polo 2 do mesmo sistema, que transmitia 1.983 MW.
Foi o segundo problema que causou sobrecarga no Elo CC Xingu/Terminal Rio, sendo necessário desligar seis unidades geradoras de Belo Monte.
Comitê de crise
O Brasil atravessa uma severa crise hídrica que pode afetar em cheio as hidrelétricas e fazer o país passar por apagões de energia. Segundo o Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o déficit de precipitação (chuvas) entre setembro de 2020 e maio de 2021 foi o pior em 91 anos.
Temendo que a situação se agrave, o governo Bolsonaro já estaria pensando em um comitê de crise que trabalha com inúmeras hipóteses, entre elas o racionamento de energia elétrica e até mesmo de fornecimento de água. Nem a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e nem o CMSE divulgaram, ainda, qual será o plano de ação.
Com informações do UOL