Após ameaçar testemunhas, chefes da milícia de Rio das Pedras voltam ao Rio

Maurício Silva da Costa, o Maurição, e Ronald Paulo Alves Pereira têm ligação com o Escritório do Crime, braço de extermínio da milícia de Rio das Pedras que era comandado por Adriano da Nóbrega

Os milicianos Ronald Paulo Alves Pereira e Mauricio Costa, o Maurição (Montagem)
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Maurício Silva da Costa, o Maurição, e Ronald Paulo Alves Pereira, apontados como chefes da milícia de Rio das Pedras e Muzema vão voltar ao Rio de Janeiro dois anos e três após serem transferidos para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por ameaçarem testemunhas.

Os dois militares têm ligação com o Escritorio do Crime, braço de extermínio da milícia de Rio das Pedras que era comandado por Adriano da Nóbrega, morto durante ação da PM na Bahia e que tinha relação estreita, empregando mãe e ex-esposa no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. As duas foram investigadas no esquema de corrupção das rachadinhas.

A decisão de mandar de volta os dois milicianos ao Rio de Janeiro foi do juiz federal Walter Nunes da Silva Júnior, corregedor da Penitenciária de Mossoró. O juiz do processo no Rio, Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri, foi informado sobre o retorno e suscitou o conflito de competência ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No ano passado, a 4ª Câmara Criminal do TJRJ suspendeu temporariamente o processo administrativo, aberto no Conselho de Justificação da PM, para expulsar Ronadl da polícia.

Advogados dele alegaram por estar em Mossoró, o PM não poderia comparecer as audiências. A decisão favoreceu também Maurição.

Na denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) contra os réus da Intocáveis, Maurição e Ronald foram acusados de fazer parte de uma organização criminosa que atua como “poder paralelo ao Estado”, com envolvimento em grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis, receptação de carga roubada, posse e porte ilegal de arma de fogo, extorsão de moradores e comerciantes da região, agiotagem, utilização de ligações clandestinas de água e energia, homicídio e uso da força como meio de intimidação.

Com informações de Chico Otávio e Vera Araújo, do jornal O Globo