O relatório final do inquérito da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) que deu origem à operação da Polícia Civil na última quinta-feira, no Jacarezinho, não faz referência ao aliciamento de menores pelo tráfico de drogas. Esse era o argumento utilizado para justificar a operação.
Toda a operação policial realizada no Jacarezinho teve como justificativa o fato de que o tráfico estava aliciando menores. De acordo com o jornal O Globo, os investigadores demonstram a participação de 21 suspeitos no tráfico de drogas com base em posts feitos no Twitter, onde os suspeitos com armas de fogo, divulgam a venda de drogas e fazem apologia à facção criminosa da qual fazer parte.
Além disso, a denúncia do Ministério Público, que foi produzida com base no relatório da polícia, também não cita os aliciamentos de menores pelo tráfico.
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu as operações da polícia nas favelas durante a pandemia. Só em casos especiais, que envolve sequestro e risco de vida, justificativas que não constam na operação que resultou na chacina do Jacarezinho.
Após chacina do Jacarezinho, aprovação do governador sobe nas redes
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, recebeu um levantamento feito em redes sociais que mostram um maior volume de citações positiva a ele após a realização da operação do Jacarezinho, que deixou 29 mortes e já é considerado a pior chacina na história do RJ.
De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, um dia antes da invasão, apenas 12% das menções ao governador eram positivas. No dia da chacina, esse número subiu para 41%.
Por sua vez, as menções negativas com o nome do governador caíram de 50% para 41%. As neutras passaram de 38% para 18%.
Com informações d'O Globo e Folha de SP