Um terço dos mortos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no episódio que ficou conhecido como chacina do Jacarezinho, na última quinta-feira (6), não tem processos criminais no site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo levantamento feito pelo jornal Estado de S.Paulo, na noite de sábado (8), ao menos nove mortos na Operação Exceptis não possuem ação penal em seu nome: Cleyton da Silva Freitas de Lima, Natan Oliveira de Almeida, Ray Barreiros de Araújo, Luiz Augusto Oliveira de Farias, Marlon Santana de Araújo, John Jefferson Mendes Rufino da Silva, Wagner Luiz Magalhães Fagundes, Caio da Silva Figueiredo e Diogo Barbosa Gomes.
Ao todo, o jornal consultou 27 das 29 mortes registradas até então em decorrência da ação. O jornal não teve acesso a inquéritos policiais e, com isso, não foi possível checar se algum desses nove mortos foi investigado por algum crime sem ter sido denunciado à Justiça. A polícia afirma, no entanto, que todos tinham anotações criminais.
Um levantamento realizado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) apontou alta ineficiência da polícia nas operações no Rio de Janeiro. Pelos critérios utilizados no estudo, que envolvem motivação, prisões, apreensões e nível de letalidade, apenas 1,7% das operações policiais no estado são consideradas eficazes.