O governo da Alemanha enviou ao Brasil, nesta sexta-feira (26), uma doação de 80 respiradores e equipamentos de uso hospitalar para o tratamento da Covid-19.
Os materiais, que seguiram em voo da Aeronáutica Alemã, chegam em Manaus (AM) neste sábado (27) e serão destinados aos hospitais do Amazonas. A doação é uma resposta ao pedido de ajuda feito pelo governo amazonense diante do colapso hospitalar que acomete a região.
Em janeiro, o Amazonas vivenciou falta de oxigênio nas unidades de saúde e inúmeros pacientes morreram por asfixia. O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, inclusive, está sendo investigado em várias frentes, da Polícia Federal ao Tribunal de Contas da União (TCU), por supostamente ter se omitido com relação à crise no estado.
"A pandemia somente será vencida, quando for vencida em todas as partes do mundo", afirmou, ao anunciar a doação ao Brasil, o Embaixador da Alemanha no país, Heiko Thoms.
"Ninguém está seguro, até que todos estejam seguros. A Alemanha e o Brasil são parceiros muito importantes e nós acreditamos que somente através da união e da cooperação de maneira solidária entre os países poderemos vencer essa pandemia", completou.
A Alemanha compõe o consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS) COVAX, uma cooperação internacional para o enfrentamento da pandemia. O país europeu já doou 1,2 bilhão de euros para o consórcio que vem distribuindo vacinas pelo mundo, inclusive para o Brasil, que recebeu as primeiras doses no último domingo (21).
Lula pede ajuda alemã
Na mesma semana do envio das doações do governo alemão ao Brasil, o ex-presidente Lula, que recentemente sugeriu um diálogo com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, sobre distribuição de vacinas pelo mundo, concedeu uma entrevista à revista alemã Der Spiegel em que pediu ajuda à chanceler do país, Angela Merkel, no sentido de apoiar a quebra das patentes de vacinas contra a Covid.
“Isso é um bem de toda a humanidade, e nenhuma empresa pode se enriquecer com isso. Não devemos permitir que interesses comerciais desse ou daquele fabricante estejam acima dos interesses da humanidade", disse o petista.
Ele ainda denunciou a política "genocida" de Bolsonaro frente à pandemia. “Durante um ano, ele não levou o vírus a sério e disseminou mentiras. Durante um ano, atacou todos os que discordavam dele. Se ele realmente estivesse preocupado com o povo teria dado o exemplo e colocado uma máscara imediatamente e não teria provocado aglomerações”, declarou.